E além de breve, provinciana: darei imenso privilégio aos arredores do Rio Grande. Quem viaja para a Andorra que nos conte sobre o resto do globo. Iniciaremos por aqui mesmo, pelo (dessa vez verdadeiramente) empolgante Gauchão. Como fato mais marcante do campeonato, cito a recuperação do espírito do Inter-SM após o exorcismo do demônio cagão que o possuía há quase uma década. O colorado da Região Central fez da Baixada o melhor dos aliados e caminhou firme até as semi-finais, onde caiu para um Juventude falsamente copeiro. Até ali, os serranos mereceram elogios, eliminaram o Grêmio no Olímpico e o Inter-SM em Santa Maria, mostrando sangue e futebol. Mas 8-1 é um fiasco jamais visto e é bom parar por aí. Méritos para o Internacional, que iniciou saboreando um ano que, se não foi completo, foi doce em sua maior parte.
Na Segundona, o Riograndense foi assaltado e a ascensão tornou-se inviável, apesar da garra demonstrada por um grupo que honrou a camiseta. Novamente felicito a Federação pela manobra terrivelmente incompetente que arrancou preciosos pontos do Periquito e que mesmo assim não foram suficientes para o Pelotas subir no ano de seu centenário. Congratulações ao Ypiranga de Erechim e ao Avenida de Santa Cruz (será saco de pancadas) pelo acesso. A Copa Lupi Martins, já no segundo semestre, serviu para o Lobo pelotense comemorar algo na sua data histórica e para o blog realizar uma cobertura in loco no mítico Estrelão, a arena do Cruzeiro.
Em terras orientais, tivemos uma primeira metade de ano visivelmente mais movimentada. O Clausura mostrou um Peñarol forte, com Pacheco, Olivera, Bueno e Estoyanoff, um River Plate que abusava dos menores com um tiki-tiki indecente mas que apanhava tristemente dos dois grandes e um Nacional coadjuvante. Para o Bolso, ao menos um jogo seguirá na memória da torcida: os 6-3 que eram 0-3 aplicados no River de Carrasco, em uma tarde de delírio no estádio Centenário. Para os carboneros, o domínio nos clássicos, a maioria nas tribunas e um título que o recolocou na Copa Libertadores depois de muito tempo valeram o ano. No Apertura, que não terminou devido a problemas de segurança no estádios, muito pouco a ressaltar: a disciplina contestada de Líber Prudente, que decretou o fim da partida diante de um atraso insignificante do Nacional na entrada em campo, a violência no Parque Central e no Jardines del Hipódromo e a ausência de um campeão. A AUF promete a finalização do torneio no início de 2009.
Na Argentina, morte na barra do River e total demência de torcedores (?) do Newell's que destruíram o próprio estádio após as eleições. Passando para o futebol, no Clausura os de Nuñez, comandados por Buananotte - um nome para ser guardado -, levaram o caneco, seguido de um fracasso retumbante no Apertura, torneio em que a equipe bateu todos os recordes negativos e finalizou em último lugar pela primeira vez na história. Para alguns, foi o pior River que já se viu. O Apertura reservou emoções até o fim, com um disputado triangular de desempate entre Boca Juniors, San Lorenzo e Tigre, quadro de campanha notável em 2008. Os xeneizes, trajando um belíssimo uniforme amarelo, venceram o Tigre na última rodada e sagraram-se campeões. Na Libertadores, os argentinos protagonizaram um confronto antológico: o empate do San Lorenzo com nove homens em campo remontando um 0-2 contra o River, em pleno Monumental de Nuñez, pelas oitavas-de-final. Sobre Libertadores, indispensável dizer que a final desse ano foi, no mínimo, memorável.
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