O título ilustra mais um recorde do Club Atlético River Plate, acostumado a enfileirar títulos e marcas de invencibilidade no futebol nacional. Mas o último não despertou inveja nem no Godoy Cruz. Não há, no Apertura que ainda corre, quadro pior que o River. São onze partidas sem vencer dentro do território argentino em sequência, absurdo que arrastou los millionarios até a incômoda lanterna isolada da competição.
Diego Simeone, dizem, seguirá no cargo mesmo após a derrota de hoje, 0-2 diante do Lanús, em mais uma vexatória atução coletiva. Tudo se decidirá no confronto derradeiro contra o Chivas, válido pela Sul-Americana, contestada competição que ostenta maior prestígio por lá do que por bandas brasileiras. O treinador viu o elenco supostamente sólido que conquistou o Clausura desmoronar por completo. Ortega saiu, mas logicamente que esta não é a única explicação para o amontoado de fracassos - se é que chega a ser explicação para algo.
Entre as partidas chaves para analisar a calamidade que tomou conta do Monumental de Nuñez, pode-se citar a derrota para o Velez, em casa, nos últimos minutos da segunda etapa, em uma partida em que o River foi amplamente superior. Eis um fato interessante: o time soma modestíssimos nove pontos em doze jogos, porém não apresenta o pior futebol do campeonato. Em algumas derrotas os de Nuñez inclusive demonstraram um bom jogo ofensivo, com o azarado Diego Buonanotte rompendo a pelota. Diego, aliás, mesmo quando os outros dez estavam em tarde de absoluta ruindade, chamava o jogo e carregava o meio-campo nas costas.
Apesar das ao menos existentes virtudes ofensivas, o desempenho do clube não pode ser considerado injusto ou misterioso. Além de inúmeras falhas defensivas que nos fazem lembrar o Vasco da Gama, o desinteresse adentrou boa parte do grupo de jogadores após as chances de uma colocação honrosa evaporarem na tabela. O torneio Apertura, para muitos, já terminou. Resta a Sul-Americana - por um fio. O River Plate viu-se derrotado pelo Chivas por dois tentos a um na Argentina. A remontada tornou-se necessária, fora de casa e diante de uma equipe qualificada. Para salvar o semestre.
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