
Bueno. O que complica essa prainha é que o até está mal colocado. Em Estrela d

Mas vá achar os ingredientes. Obviamente não vendidos no Centro do Universo, fui a Torres. Não que Torres esteja grande coisa – depois que os argentinos se quebraram, a cidade tem decaído sem parar (“Torres andou igual caranguejo nos últimos quatro anos”, diz um colunista do Jornal do Mar local). Enfim, ao supermercado. Molho inglês, pimenta, sal, salsa, tabasco. Céus, nem sabia da existência do tal tabasco antes de procurar uma receita da Maria Sanguinária. Imaginei que deveria ser difícil de encontrar uma coisa tão, digamos, exótica, mas havia uma gôndola inteira só para o tabasco e suas variedades. Do que concluí que ou eu sou ignorante, o que é muito provável, ou o tabasco é bastante utilizado na culinária torrense, o que é questionável, ou há uma demanda industrial de Bloody Mary pelos farofeiros, o que definitivamente é falso. Havia tabasco, só isso importa. E vodca, que é imprescindível, tu achas em qualquer canto. Estava pronto o drinque.
Não, não estava. Para algo que tem “bloody” no nome, estava faltando o sangue. Onde diabos ficava o suco d

O drinque ficou uma droga. Eu garanto que com suco puro ficaria bom, porque se notava potencial nele. Era como um time de futebol bem ajeitadinho, que não vai mais longe por falta de centroavante. Como o Grêmio no Brasileirão 2008. Com o camisa 9 Tomate, um espetáculo. Sem ele, aquela coisa vagamente vegetal misturada com álcool, perdendo o seu sabor para o forte e cada vez mais surpreendente tabasco.
De qualquer maneira, frustrado pelo desfecho de colossal fracasso para o meu desejo do dia, permaneci em Torres. À noite fui jantar no Molhes, restaurante à beira do Mampituba. É bom, o Molhes, e eles nem me pagaram pra dizer isso. O acontecido ali foi de grandeza tal que cheguei a olhar no relógio e guardar a hora. Nove e vinte e sete da noite, The ‘Time’ The Earth Stood Still, ou quase. Eu aguardava pela minha casquinha de siri, aí o tempo começou a passar em câmera lenta. Com trilha de Carruagens de Fogo: pessoas que estavam conversando ficam caladas por alguns instantes, o maître olha fixamente para a porta, há um pequeno alvoroço entre os presentes, todos dirigem suas atenções para a entrada do restaurante; eu também viro a cabeça, aí o filme volta a passar em velocidade normal.
Ali na porta, quem aparecia, ostentando a sua mecha branca no cabelo, era o treinador do Internacional, Tite. Não podia ser alucinação causada pela minha Bloody Mary falseta porque ela estava tão ruim que mal tomei uma taça. Era ele. E quem viu, viu, pois a seguir o Tite sumiu. A versão mais aceita diz que ele teria se recolhido a um canto reservado, para evitar assédio. Na verdade, o técnico foi à cozinha pedir para o chef não perder o ponto de equilíbrio na fritura dos peixes. Mas isso já não interessava quando a casquinha de siri surgiu na minha frente.
Um comentário:
Feliz 2009!!! Los mejores deseos para el año venidero!
Postar um comentário