
O torneio daquele ano começava a afirmar uma tradição, aumentando consideravelmente o número de participações: já eram 29 os inscritos, incluindo Inglaterra e Itália, du

Espanhóis, soviéticos (detentores do título, fortalecidos pela classificação sobre a Itália, nas oitavas-de-final dessa segunda edição) e húngaros (futuros campeões olímpicos naquele ano, e bicampeões em 1968) constituíram classificações relativamente esperadas. A grande surpresa ficou pela definição do quarto semifinalista: a desacreditada Dinamarca obteve a vaga – e, mais surpreendente ainda, diante da improvável Seleção de Luxemburgo, que havia mandado a Holanda passear na fase anterior (1-1 em Amsterdã, no primeiro jogo, e vitória por 1-2 no segundo, também como visitante, em Roterdã – a última vitória luxemburguesa fora de casa até 1995), e só foi sucumbir aos dinamarqueses em uma partida de desempate (3-3 em casa, 2-2 fora, e derrota por 1-0 em território neutro – ou quase isso, já que o terceiro embate foi marcado outra vez para Amsterdã, diante do agora hostil público holandês).
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E a confirmação do duelo Espanha – URSS foi a única certeza ao fim das semifinais, naquele 17 de junho. Perguntas pareciam brotar do chão conforme se arrastavam os quatro dia

Todas as questões receberiam um ¡sí! como resposta no 21 de junho de 1964. O dia amanheceu escuro, as nuvens tingindo de chumbo um céu que prenunciava muita chuva, mas derramava apenas uma garoa fina sobre Madrid. Fina e incessante, até a hora do jogo, marcado para as 18:30. Com a bola rolando, a ameaça viraria um temporal em certos momentos, mas nada assustador aos cento e vinte mil espectadores presentes nas gradas do Bernabéu. A chuva era um detalhe. E o jogo, uma batalha difícil de ser vencida. Trajando um fardamento todo azul, por ter perdido o sorteio dos uniformes – a União Soviética entrou com camisas vermelhas e calções brancos –, a Espanha abriu o placar com 6 minutos, no gol mais rápido de uma final de Eurocopa, por meio de Pereda. Os aplausos e comemorações ainda eram ouvidos quando Khusainov, dois minutos depois, empatou o jogo e devolveu a preocupação aos torcedores.

Dois a um para a Espanha, placar final. Não houve cansaço. Houve, sim, Fúria para, a despeito de todas as brigas políticas, trazer ao país um título. O único título da Seleção Espanhola.
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