Se o Internacional não consegue ter sucesso em seus jogos contra o Juventude, sobre o rival Grêmio pesa a suposta maldição de, incrivelmente, fracassar sempre em Goiás. Lá se vão 12 anos sem vencer um único jogo oficial no estádio Serra Dourada, com direito a sofrer goleadas por 6-0 em 1997, 4-1 em 2002, 4-0 em 2004 e 4-0 em 2006, todas diante do Goiás, no Campeonato Brasileiro. Saindo do estádio, cujo nome parece impróprio aos olhos gremistas, mas permanecendo no Estado, ainda há os 4-0 que o tricolor levou da Anapolina, em 2005, na Série B – para muitos, a pior derrota do clube, em todos os tempos.
Na noite chuvosa da quarta-feira, no estádio que o engole, o Grêmio foi outra vez pequeno. Seu futebol esteve bastante parecido com o visto no Gauchão, mas agora o adversário era mais respeitável que os encontrados pelo tricolor até então. Sim, pois se o Atlético Goianiense, antagonista dos gaúchos ontem, não tem grande fama fora de suas terras, é o atual campeão goiano, e ia ao campo carregando sete vitórias consecutivas no estadual – as seis últimas, marcando quatro gols ou mais.
Ontem, outra goleada, resultado tão comum nas viagens do Grêmio a Goiás, resultado tão comum nos últimos jogos do Atlético, esteve a ponto de se consumar. Os locais amassaram do início ao fim um tricolor sem futebol, sem marcação e, acima de tudo, sem raça alguma. O Grêmio beirou o ridículo. Não bastasse toda a fraqueza técnica, ainda via seus jogadores saírem de campo lesionados: perdeu três, e teve que jogar os minutos finais com dez homens, por já ter gasto todas as substituições.
Desastre que o 2-0 no placar só reforçava. O time goiano ainda perderia umas cinco ou seis chances reais de tornar a vantagem mais elástica e fazer o vexame gremista aparecer no Serra Dourada. Foi incompetente. E se o Grêmio estava sem alma, ainda tinha a camisa. A sorte de um time quatro vezes campeão da Copa do Brasil não é a mesma de um nada na competição. Aos 89 minutos de partida, numa rara jogada que deu resultados, a bola sobrou para Roger estufar as redes atleticanas e descontar para 2-1.
Um gol de valor triplo. Valeu por ontem, valeu pelos outros dois que o tricolor não precisará fazer no jogo de volta, em casa: antes necessitava diferença mínima de três tentos e, agora, basta superar os goianos por 1-0. Do nada, graças a um gol achado, jamais merecido, o Grêmio, que se portou vergonhosamente por toda a partida, pintou de heróico. A derrota, total culpa de sua ruindade, voltou a ser creditada na conta mística do Serra Dourada. O tricolor se diz amaldiçoado naquele estádio. Maldito foi o seu futebol.
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