A camiseta era das menos prováveis. Obtido à beira de um campo de treino, cercado por mato, mato grosso talvez, chegou às minhas mãos um manto aurinegro do Rondonópolis Esporte Clube – REC – clube que disputa o Campeonato do Mato Grosso nesta temporada. Colecionador que sou, esperava um artigo raro vindo daquele estado. No meu acervo, aparecem orgulhosas camisas do União e do Vila Aurora, outros clubes rondonopolitanos.
Outros não: os principais clubes rondonopolitanos. Tão importantes e mais conhecidos que é preciso apresentar o REC. “Que clube é esse?” foi a pergunta mais óbvia que tive, diante daquela indumentária nova. Parte da resposta aparecia estampada no peito, em forma de data: 10.12.2006, a fundação da agremiação. Daí em diante, não foi muito difícil descobrir o resto dos fatos. Criado em fins de pouco mais de ano, o Rondonópolis permaneceu inativo na temporada passada, preparando-se para entrar no estadual de 2008. Hoje, o time figura na final da repescagem do Mato-Grossense, fase que definirá um dos finalistas da competição.
Rondonópolis é parte indispensável na história do futebol do Mato Grosso. Fundado em 1973, o União foi oito vezes vice-campeão local, além de contar algumas aparições em torneios nacionais. Seu rival, o Vila Aurora, de volta ao profissionalismo no início desta década, gaba-se de seu melhor aproveitamento em decisões: em bem menos tempo que o União, já tem um título estadual, erguido em 2005. O REC, recente, está à parte disso tudo.
Poucas pessoas, fora do estado, conhecem o REC. Pouquíssimas, quiçá menos de cinco, possuem sua camiseta, no exterior do Mato Grosso. Eu tenho. O sonho de qualquer colecionador? Só o tempo dirá. O Rondonópolis é um clube sem torcida, sem passado, sem história. É um clube com tudo por ser feito, e talvez não dure mais que dois ou três anos. A realidade é que de nada adianta ter uma camisa do REC, se o REC, simplesmente, não a tem – no sentido futebolístico. O time pode sumir ali adiante, sem deixar marca alguma, e o uniforme ficará no mesmo plano daqueles usados em torneios escolares – uma aventura de pouca duração, desinteressante a todos, exceto àqueles que a protagonizaram.
Olhe para a camisa do Vila Aurora, ficando ainda nos exemplos mato-grossenses. Lá, sobre o “Tigrão” do escudo, aparecem três gloriosas estrelas douradas – relativas à Copa Sul do Mato Grosso de 1978, à Segundona Estadual de 1989 e, claro, ao Estadual de 2005. Esse clube tem camisa. Dizem que ela não vence jogos. Eu discordo. Há uma sensível diferença entre vestir o manto do “Tigrão”, títulos nas costas, torcida apoiando, e trajar as cores do REC, surgido do nada, talvez sem futuro, certamente sem passado e sem aficionados. Aos adversários, também haverá uma diferença respeitosa entre se deparar com os azuis e brancos do Vila ou os amarelos e negros do Rondonópolis.
O peso de uma camisa, como o amor ou temor por ela, não é algo que se mede. É algo para ser sentido. Ontem, aos 81 minutos do jogo entre Ulbra e Internacional, pelas quartas-de-final do Gauchão, o jogo estava em 1-4 para os colorados, com baile, quando o time de Canoas teve um pênalti. A Ulbra, embora já tenha alguma história, é quase um REC gaúcho, não possuindo torcida. Não existia pressão. Tampouco havia ansiedade de remontada para tornar aquela penalidade imprescindível. Naquelas circunstâncias, seria um lance normal, fosse um adversário normal. Mas do outro lado havia uma camisa pesada. E Júnior, o cobrador, temeu. Isolou o que seria o segundo gol canoense.
Outros não: os principais clubes rondonopolitanos. Tão importantes e mais conhecidos que é preciso apresentar o REC. “Que clube é esse?” foi a pergunta mais óbvia que tive, diante daquela indumentária nova. Parte da resposta aparecia estampada no peito, em forma de data: 10.12.2006, a fundação da agremiação. Daí em diante, não foi muito difícil descobrir o resto dos fatos. Criado em fins de pouco mais de ano, o Rondonópolis permaneceu inativo na temporada passada, preparando-se para entrar no estadual de 2008. Hoje, o time figura na final da repescagem do Mato-Grossense, fase que definirá um dos finalistas da competição.
Rondonópolis é parte indispensável na história do futebol do Mato Grosso. Fundado em 1973, o União foi oito vezes vice-campeão local, além de contar algumas aparições em torneios nacionais. Seu rival, o Vila Aurora, de volta ao profissionalismo no início desta década, gaba-se de seu melhor aproveitamento em decisões: em bem menos tempo que o União, já tem um título estadual, erguido em 2005. O REC, recente, está à parte disso tudo.
Poucas pessoas, fora do estado, conhecem o REC. Pouquíssimas, quiçá menos de cinco, possuem sua camiseta, no exterior do Mato Grosso. Eu tenho. O sonho de qualquer colecionador? Só o tempo dirá. O Rondonópolis é um clube sem torcida, sem passado, sem história. É um clube com tudo por ser feito, e talvez não dure mais que dois ou três anos. A realidade é que de nada adianta ter uma camisa do REC, se o REC, simplesmente, não a tem – no sentido futebolístico. O time pode sumir ali adiante, sem deixar marca alguma, e o uniforme ficará no mesmo plano daqueles usados em torneios escolares – uma aventura de pouca duração, desinteressante a todos, exceto àqueles que a protagonizaram.
Olhe para a camisa do Vila Aurora, ficando ainda nos exemplos mato-grossenses. Lá, sobre o “Tigrão” do escudo, aparecem três gloriosas estrelas douradas – relativas à Copa Sul do Mato Grosso de 1978, à Segundona Estadual de 1989 e, claro, ao Estadual de 2005. Esse clube tem camisa. Dizem que ela não vence jogos. Eu discordo. Há uma sensível diferença entre vestir o manto do “Tigrão”, títulos nas costas, torcida apoiando, e trajar as cores do REC, surgido do nada, talvez sem futuro, certamente sem passado e sem aficionados. Aos adversários, também haverá uma diferença respeitosa entre se deparar com os azuis e brancos do Vila ou os amarelos e negros do Rondonópolis.
O peso de uma camisa, como o amor ou temor por ela, não é algo que se mede. É algo para ser sentido. Ontem, aos 81 minutos do jogo entre Ulbra e Internacional, pelas quartas-de-final do Gauchão, o jogo estava em 1-4 para os colorados, com baile, quando o time de Canoas teve um pênalti. A Ulbra, embora já tenha alguma história, é quase um REC gaúcho, não possuindo torcida. Não existia pressão. Tampouco havia ansiedade de remontada para tornar aquela penalidade imprescindível. Naquelas circunstâncias, seria um lance normal, fosse um adversário normal. Mas do outro lado havia uma camisa pesada. E Júnior, o cobrador, temeu. Isolou o que seria o segundo gol canoense.
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