Certos acontecimentos que pareciam surpreendentes, até por vezes absurdos e irreais, se consolidaram e viraram certezas neste março que chega ao fim. Agradáveis ou desprezíveis, duas delas não são mais contestadas por nenhuma alma com mínimo conhecimento futebolístico sobre o Rio da Prata.
Começando com o que temos de bom, em tempos medíocres raridades tem de ser exaltadas. O River Plate uruguaio precisa disputar uma Copa Libertadores. Com este padrão de jogo, com Carrasco no comando, com tiki-tiki e tudo o mais. Questão de merecimento. Local e visitante são palavras inexistentes para o River. No confronto entre gaúchos e darseneros, o Progreso recebeu um River líder e arrasador com belo público no Parque Paladino.
Sem titubear, Carrasco lançou seu quadro para a ofensiva. Quando Urretaviscaya, que já é sondado para o futebol europeu, atormentava os defensores do Progreso, chegou o primeiro gol. Penalti nele, que o artilheiro do campeonato, Henry Gimenez, nem pensou em desperdiçar. Vantagem e procedimento rotineiro: time pra frente. O toque de bola aflorou e Urretaviscaya marcou o seu. Zambrana fechou o 3-0. O River ainda abusou de perder gols nos minutos finais. Bom para o Progreso, que pela boa campanha no Clausura, sonha em fugir do rebaixamento antes anunciado. A primeira certeza é que esse River, de quatros gols por jogo, vai longe.
Do outro lado do Rio, mas mantendo o nome, vamos para o outro River. Ou para parte de sua torcida. O fim de semana foi marcado por mais violência entre barra-bravas. Membros da "Borrachos de Tablón", conhecedíssima por distúrbios, confrontaram-se entre si pelo poder da barra. O palco foi o estádio José Amalfitani, do Velez Sarsfield, onde los millionarios foram locais. Sete ficaram feridos (um em estado grave) e quase quarenta acabaram presos após a confusão.
Os delinqüentes que brigavam ouvindo sonoras vaias da verdadeira torcida do River e da pequena parcialidade do Arsenal deixaram de ver um bom jogo, onde o River ressuscitou Archubi, esperança que veio do Lanús e pouco aparecia em Nuñez, e sofreu forte pressão da equipe do Viaducto, que pena na Copa Libertadores, onde virou saco de pancadas. E ninguém, infelizmente, nem sonha que o fim dessa sangrenta história está próximo e visível. Que abril mude esta segunda sina. E que o impensável sonho uruguaio prossiga.
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