Jogo de entregadas

No fim de semana retrasado, levando um gol no último minuto, o Real Madrid perdia em casa para o Valencia, 2-3. O resultado, ao lado da vitória barcelonista, reduzia pela enésima vez a diferença no topo da tabela. Vice-líderes, os catalães tornavam a ficar apenas quatro pontos atrás dos merengues.

Voltava a ficar plausível uma recuperação azul-grená pelo troféu. Só que o Campeonato Espanhol desta temporada não é mais para competentes. Está convertido num jogo de entregadas, em que qualquer tropeço do líder, mais cedo ou mais tarde, acaba compensado por um vergonhoso tombo de quem acompanha sua corrida. No último sábado, o Barcelona vencia por 0-2, fora de casa, o fraco Betis. Era um jogo tranqüilo, fácil. Naquele momento, os de Rijkaard estavam perto de reduzir a distância ao Madrid para um único ponto. Mas não tinham alma, nem futebol. O Betis, de forma incrível, conseguiu remontar até o 3-2, e o Barça voltou para casa sem saber onde esconder sua cara ruborizada.

Um dia depois, o que seria um confronto difícil acabou em vitória sem maiores problemas para o time do Real Madrid. Como a Liga, os comandados de Bernd Schuster são uma verdadeira montanha-russa, alternando atuações de riso com outras de bom futebol. O domingo foi dia de tratar bem a pelota, e os blancos passaram pelo Sevilla com a contagem de 3-1. A diferença ao maior rival na busca pelo título voltava a sete pontos.

E continuará oscilando, provavelmente, nas próximas oito rodadas que ainda estão por se disputar até o final de 2007/08. Essa variação, no entanto, já começa a se mostrar desimportante. Se os pontos definirão a classificação, o que mais está valendo por lá é o novíssimo critério “quem entrega menos”. E, por ele, os dois maiores times do país têm brigado rodada a rodada para se superar. Nesse ínterim, o desacreditado Villarreal cresceu silenciosamente, roubou o 2º lugar e, hoje, seria o maior adversário madridista na luta pela taça, estando seis pontos atrás. Mas o Villarreal é um delírio. Não será campeão.