No oitavo minuto do jogo contra o Juventude, após defesa do goleiro Michel Alves, Perea, grande goleador do Grêmio na temporada, acertou o travessão. Aceitável, não fosse o detalhe de que o arqueiro estava batido e o colombiano, livre na pequena área. Aos 85 minutos, depois de cruzamento vindo da direita, Perea, outra vez livre, novamente na pequena área, igualmente sem goleiro, conseguiu chutar para fora. Àquela altura, o Grêmio já vencia pelo placar que seria o final: 1-2. Vencia porque Reinaldo, atacante contestado do tricolor no início de 2008, aparecera aos nove e aos 41 minutos, indo às redes naquelas duas vezes – na segunda, com direito a pedaladas sobre dois marcadores. Hoje, pelas quartas-de-final do Gauchão, os ofensivos gremistas aparentaram ter invertido entre si o futebol que vinham mostrando. E lá vai Perea ligar para sua mãe...
A normalidade: A atuação do Grêmio passou longe de ser deslumbrante, embora tenha sido das mais decentes no ano. Mesmo assim, o raquítico Juventude jamais foi um oponente temível. Não era um mau dia dos Alviverdes. Era apenas mais um jogo num mau campeonato. Atuando em casa, perderam a maioria das jogadas ofensivas, escaparam de boas oportunidades para levar goleada, e só foram encontrar um gol num lance isolado, graças a Mendes, artilheiro do Campeonato Gaúcho. Houve colorado afirmando que o Ju “entrega sempre” contra o Grêmio. A ira, inflamada pelas más atuações do Inter frente aos caxienses, não se justifica: o Juventude apenas jogou o normal de seu 2008.
Anormalidade: O técnico Celso Roth foi responsável pelas únicas surpresas numa tarde de resultados lógicos. Antes da partida, anunciou uma escalação atípica, com o criticado Rudnei num lugar até então bem ocupado pelo paraguaio Julio dos Santos, e o pouco efetivo Reinaldo numa posição ofensiva que todos imaginavam estar garantida para Jonas, considerado por muitos o melhor dos reservas de ataque do Grêmio. A anormalidade, contestada, deu resultados: Rudnei, ainda sem conquistar a unanimidade, teve uma das suas melhores atuações pelo tricolor e Reinaldo marcou os dois tentos da vitória.
493: Esdrúxulas camisetas com três dígitos para identificar uma marca histórica de jogos ou gols feitos por um jogador já viraram comuns no Brasil. Mas, geralmente, eram números exatos. O Juventude resolveu inovar e, numa espécie de contagem regressiva, fará o interminável Lauro atuar com uma numeração de acordo com a partida que ele está disputando pelo clube, até a 500. Ele, que já havia trajado um 200 para comemorar suas atuações com o Alviverde na Série A, foi a campo hoje disputar seu 493º encontro pelo Ju. Nesse tempo todo, em partidas contra o Grêmio, uma vida com muito mais derrotas que vitórias.
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