
Chegou a tal ponto de desespero em parte porque a sua melhor qualidade em relação ao Estudiantes, um co

Embora a inação passasse longe do Internacional, o Estudiantes continuou levemente melhor. Na sua cadeira, ou pedaço de geral, vá saber, o Zeca devia sentir no ar algo estranho, um odor de tragédia iminente, dos grandes títulos imperdíveis que parecem querer se perder. Ao intervalo, o Estudiantes dava uma mostra clara de estar muito superior ao apresentado na semana anterior. Fazia isso tendo menos time que os gaúchos, passando pela partida como um equilibrista que anda numa corda fina. Se ultrapassar tudo ileso era possível, a probabilidade de se esborrachar no chão quando o Inter resolvesse pressionar e cortar a sua sustentação era maior.
O Inter, porém, não conseguiu derrubar os argentinos ali de cima. Começou a etapa complementar forte, em catorze segundos Andrezinho já perdia um gol, mas os d

Não houve o segundo gol. Quando começou o tempo extra, o Estudiantes não tinha pernas. A partida tornou-se plenamente colorada. Aos 98 minutos do cronômetro contínuo, Verón, a referência dos argentinos, deixou o gramado, e ali caía o último pendão platense. A eles, agora, restava o coração. Ao Inter, as estocadas impiedosas. O Beira-Rio, que, com exceção da área da Popular, havia ficado amuado nos momentos difíceis, voltou a ser o estádio pulsante do início, com o Zeca lá no meio, sofrendo a cada ataque, crendo na possibilidade do título com a bola rolando, antes da loteria dos pênaltis. O Inter, afinal, era melhor, e ao contrário do que viera antes na partida, honrava essa condição. O momento de fazer o gol estava ali.
Pelos 101 minutos, uma seqüência de bolas rebatidas na área visitante, com duração de uns trinta segun

O tempo restante com a bola rolando é história que não merece ser contada. Pela terceira vez nas últimas três temporadas, uma noite de decisão continental terminava com festança no Beira-Rio. E desta vez o Zeca estava lá, vivendo tudo, gritando sob os fogos que espocavam no céu. Não é um amaldiçoado, no fim das contas. Não com a capacidade de frear a aura copeira mantida pelo Inter desta década. A Copa Sul-Americana recuperou um ano que, com a campanha modesta no Brasileirão, sem vaga na Libertadores, poderia ter acabado melancólico. Se ela vale pouco? Isso é subjetivo. No fim da jornada que começou na quarta e terminou na madrugada de hoje, havia apenas uma verdade absoluta: a de que o Inter é o único clube do Brasil a possuir em suas vitrines todas as taças internacionais disputadas atualmente.
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