Um time estropiado por goleadas como os 1-6 que o Sporting Gijón sofreu em casa para o Barcelona, no fim de semana, costumeiramente demora a se recuperar do golpe. Ainda assim, é certo que, antes da partida seguinte, os torcedores do próximo adversário (no caso, os do Real Madrid) ficam divididos entre esperar uma vitória quase obrigatória do seu time e temer que o goleado resolva fazer um crime para se recuperar.
Essa segunda corrente recebeu força do treinador do Sporting, Manuel Preciado, quando da sua resposta ao questionamento sobre como o time reagiria após a derrota de domingo: “o Madrid joga de uma forma diferente, que poderá ser melhor para nós. Temos sérias possibilidades de pontuar e até de ganhar no Santiago Bernabéu.”
Qual! Hoje, no Santiago Bernabéu, os de Gijón fizeram aquilo que um time fraco ideal deve fazer: não apresentaram resistência e foram massacrados sem contestar. Adjetivado de “ingênuo” pelo Marca, o raquítico time visitante afogou-se nos golaços de Van der Vaart, no futebol do holandês e de seus companheiros – sem serem deidades da bola, eles pareceram ter o poder de fazê-la ir aonde quisessem.
Ao intervalo, no placar luzia um três a zero. Faltando vinte e cinco minutos para o apito final, a contagem era de sete gols tranqüilos a um parido. Quisesse o Madrid continuar no ataque, veríamos dois dígitos a seu favor facilmente. Não quis e não somou outros aos gols de Van der Vaart (3), Raúl (2), Higuaín e Robben. Com apenas mais um tento blanco, o Sporting terminaria a rodada com a média extraordinária de cinco gols sofridos por jogo: a estatística ao fim dos 7-1 parou em vergonhosos 19 tentos levados nas quatro jornadas já disputadas.
Tamanha ineficiência defensiva resultou nesse 0% de aproveitamento que hoje enterra o time na lanterna isolada da Liga Espanhola. Parafraseando Preciado, como se mostra agora, o Sporting tem sérias possibilidades de cair e até de fazer a pior campanha da história do campeonato. Mesmo que haja trinta e quatro rodadas pela frente, a transtornada reestréia da equipe na elite dá indícios de que o 2008/09 não trará orgulhos para um clube cujas glórias permanecem congeladas num passado cada vez mais distante.
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