Rebaixado em campo à terceira divisão da Espanha, o Cádiz foi aos tribunais pedir os pontos da partida contra o Hércules, na última rodada da segundona 2007/08, por suposta escalação irregular. Derrotado em primeira instância, o clube recorreu e fez uma campanha de apelo popular, convocando manifestações dos torcedores nas ruas da cidade.
Segundo o clube amarelo, Kiko Femenía, juvenil que defendeu o Hércules naquela fatídica jornada do descenso, não estaria inscrito de acordo com o regulamento da Liga. Os pontos do jogo que terminou empatado em 1-1 iriam para o Cádiz, fazendo o time subir duas posições na tabela e, por conseqüência, ficar fora da zona do rebaixamento. Dessa forma, muitas das definições de 2007/08 seriam outras e o próprio formato de disputa da próxima temporada poderia ser modificado: primeiro fora da zona de descenso e superado pelo Cádiz na classificação depois do hipotético ganho dos pontos, o Córdoba, para não ser prejudicado após tanto tempo (e tantos investimentos feitos na pré-temporada), não seria rebaixado, aumentando de 22 para 23 clubes o total de participantes da segunda divisão. Como é abominada por todos a realização de um campeonato com quantidade ímpar de equipes, outra agremiação sem qualquer relação com a história seria salva do rebaixamento – no caso, o Racing de Ferrol, que ficou um ponto e uma posição acima dos cadistas.Como diz o chavão, o futuro é incerto. Convocados pela direção, os torcedores acreditam ser o clube vitimado por uma injustiça. Na última quinta-feira, carregando faixas de protesto, trajando os uniformes azuis e amarelos do Cádiz e entoando os hinos da equipe, cerca de 15 mil pessoas (valor equivalente a incríveis 12% da população total de Cádiz) marcharam pedindo uma decisão favorável ao clube. Aguardando os resultados do próximo julgamento, os cadistas têm um grito de guerra pelo seu objetivo: si tenemos que seguir, nos vamos a Madrid. Na capital espanhola o caso poderá ser julgado em última instância e há promessas de fazer manifestações da mesma grandeza.
Embora ir aos tribunais reverter resultados de campo não seja honroso, a garra da torcida do Cádiz e sua participação em massa para evitar a queda é merecedora de aplausos. Caso os juízes não dêem razão ao clube, que eles tenham o mesmo espírito para lotar o estádio Ramón de Carranza e reerguer a equipe na terceirona.
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