Quem escolheu ver o jogo do Morumbi, afirmou: o Sport, em seu temor diante do Corinthians, parecia um time amador que não sabia como conter um adversário profissional. O domínio do time de Mano Menezes foi anormal e o placar de 3-1 está aí para dar credibilidade às informações. Herrera participou com brilho nos três gols, convertendo inclusive o segundo. Os pernambucanos, mal, só saíram da defesa na etapa complementar, quando encontraram um golzinho salvador no último minuto – que reduziu sua necessária remontada de quatro a zero para dois a zero. Ah, sim, ainda houve reclamação de falta no lance do segundo tento corinthiano, mas esse tipo de ocorrência é comum em se tratando do campeão brasileiro de 2005.
Eu não vi nada disso. Sim, vi os gols, vi a tal falta, mas não vi o jogo. Mudava de canal de vez em quando, como mudei na semana anterior tentando acompanhar três jogos simultâneos, mas isso se mostrava insuficiente para tirar uma imagem do confronto no Morumbi – sempre que ia para lá, algum dos times tinha a bola dominada na defesa, em lances por demais desinteressantes. Tudo porque Fluminense e Boca Juniors jogavam na mesma hora pela Libertadores, num combate realmente histórico e decisivo – e não uma simples partida de ida de final nacional.
Simples partida de ida? Em final? Algo está errado... Há, sim, um absurdo aí. Porém, é nisso que se transformou a decisão da Copa do Brasil no ano passado, neste, e por todos os próximos em que houver insistência em coincidir datas de partidas copeiras continentais e nacionais: a disputa doméstica geralmente ficará em segundo plano. E a diferença na emoção das duas partidas – uma peleada no Rio, outra sendo um fácil baile em São Paulo – ajudou a reduzir ainda mais a importância conferida ao Corinthians 3-1 Sport.
Num tempo de pontos corridos no Campeonato Brasileiro, em que nos resta apenas uma única finalíssima interna para acompanhar, é de rir que a Copa do Brasil tenha seus jogos pelo troféu rebaixados a esse ponto. As causas são várias: desde a desvalorização iniciada em 2002 (quando os times que jogaram a Libertadores deixaram de disputar a Copa), passando por títulos de clubes inexpressivos, e chegando na estupidez dos que montam o calendário nacional, ponto em que a culpa se deve, em boa parte, às pressõas das TVs. Datas para realizar a decisão nas próximas semanas ou até num glorioso domingo, não faltariam. São apenas dois jogos, ora: qualquer discurso contrário a isso deveria ser contido com a lembrança da simplicidade que foi para se adiar seis confrontos envolvendo cariocas em 2007, enquanto o Maracanã esteve indisponível.
Mas a imbecilidade ainda reina, e os embates simultâneos permanecem. Na próxima quarta-feira, a Copa do Brasil só será erguida para o país inteiro ver porque a final da Libertadores está, felizmente, marcada para os últimos dias do mês e o início de julho. Fossem ao mesmo tempo e novamente teríamos um grande duelo deixado de lado.
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