A quinta-feira foi marcada pela disputa de todos os jogos de ida das quartas-de-final na Copa da UEFA. Na Itália, Fiorentina e PSV empataram por 1-1; na Escócia, Rangers e Sporting ficaram num placar nulo de 0-0. Dois jogos desimportantes, estes. A outra metade da jornada européia é a verdadeiramente digna de nota:
O poderoso Geta: “É sério que o Laudrup treina o Getafe? Nem sabia”, disse Franz Beckenbauer nos dias que precederam o duelo entre o Bayern München e o time espanhol. Embora dissesse respeitar a equipe – “um time que venceu Barcelona e Real Madrid” –, o ídolo alemão mostrava ali certo desconhecimento para com aqueles que iam à Allianz Arena almejando a história.
Pois o Getafe se apresentou para todos verem. Carregando o peso do favoritismo, com um dos melhores elencos da Europa, o Bayern saiu na frente, com Toni, aos 25 minutos. Por algum tempo, passou a impressão de que, afinal, caíra numa chave fácil, como alguns ingênuos acreditaram. Não caiu, e os espanhóis sabiam. Acomodado, o time bávaro não continuou com o ímpeto anterior ao gol, possibilitando que o azulón mantivesse a derrota magra, com glórias.
Mas o desenrolar da partida deixava no ar a possibilidade de algo mais. No segundo tempo, o Getafe cresceu, jogou seu futebol conhecido, marcou território em Munique. Melhorou de tal forma que fez o 1-0, antes considerado insuficiente, parecer belo aos olhos alemães. E, aí, cruel, tirou deles até mesmo esse placar. Último minuto de partida: Contra tira dois marcadores da jogada com o peito para, munido da tranqüilidade dos grandes, encobrir o goleiro. Não qualquer goleiro, mas Oliver Kahn, que nada achou em sua saída. O time volta para a Espanha com um magnífico 1-1 na mala. E Beckenbauer, este “já sabe quem é o Geta”, como estampou o Marca em sua capa de hoje.
Zenit de loucura: Depois de eliminar pesos-pesados como Villarreal e Olympique Marseille, o incrível Zenit de São Petersburgo fez mais uma vítima e praticamente assegura uma inédita passagem às semifinais da Copa da UEFA. Longe de casa, contra o tradicional Bayer Leverkusen, os russos massacraram por 1-4.
O jogo começou difícil, como era de se esperar. Mesmo tendo dado início ao resultado inesperado, saindo na frente, o time visitante logo cederia o empate aos alemães, num placar que se manteria até o intervalo. Mas tão logo a bola rolou no segundo tempo, o embate mudou de figura: em menos de vinte minutos, a goleada já se consumava. Os tentos foram de Pogrebnyak, aos 52, Anyukov, aos 61, e Denisov, aos 64.
Uma façanha. Que só poderá ser apagada se o Bayer conseguir operar outra, em São Petersburgo. Improvável. O Zenit vive dias de loucura e aspira figurar entre as maiores surpresas do continente na década.
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