Houve um tempo em que o São Luiz, hoje pálido, era conhecido como “o rubro ijuiense”. Nem é preciso voltar a um passado muito distante para recordar dos dias em que o time do 19 de Outubro entrava em campo trajando o tradicional vermelho, da camiseta aos meiões - a temporada passada foi disputada assim. Mais: o último título do clube, a Segundona Gaúcha 2005, foi conquistada com as cores honradas pelos são-luizenses desde a fundação, há setenta anos.
Mas em 2008 não. Neste ano, o São Luiz tem jogado, invariavelmente, de branco. Por trás da mudança, o radicalismo: pressões de gremistas que se negavam a apoiar uma equipe vermelha, mesmo que fosse a da sua cidade ou região, contribuíram para que a tradição fosse deixada de lado. Inverter o segundo fardamento pelo primeiro na preferência é uma transgressão das maiores e, mesmo assim, para o São Luiz, ficou barato. Por longo tempo, nas rodas futebolísticas de Ijuí, pairaram expectativas de alterações gigantescas na identificação do clube - temas como um novo nome, escudo, e a incorporação de outras cores estavam em pauta.
Isso para não falar dos mais políticos, que optavam por um meio-termo, sugerindo que o então rubro adotasse um uniforme vermelho e branco, como nas origens, e acrescentasse um azul. Pareciam desconhecer a própria história do futebol citadino (lições para eles: 1, 2, 3 e 4), querendo vestir o time nas cores do Grêmio Esportivo Gaúcho, clube licenciado do futebol profissional que, com um tricolor azul-vermelho-branco, rivalizava com o São Luiz em tempos passados.
A estúpida revolução, felizmente, foi travada, mas deixou seqüelas. O São Luiz passa sua temporada 2008 inteira vestindo o branco. Hoje, soa estranho ler uma notícia que conte os feitos do melhor time formado no 19 de Outubro em toda uma década, chamando-o de “rubro”. Tomemos como exemplo simbólico o jogo de ontem, frente ao Guarany: quem era o rubro? Se um cronista ousasse usar o velho apelido do time da casa, seria tomado por daltônico, cego, ou ainda passaria a idéia de que se referia aos bageenses, vestidos de São Luiz. A incongruência forçou Ijuí a mudar a alcunha de seu clube, lentamente, passando a tratá-lo como “alvirrubro”.
Uma mudança insignificante, dirá um provável leitor que não compreende a importância relativa das coisas. Não é para esses que escrevo. Vivemos num Estado orgulhoso de seus símbolos, de sua história. Roubar as cores de um clube, tirar o vermelho vibrante e septuagenário do São Luiz, convertendo-o num colorido pálido jamais identificado com as peleias sobre a terra vermelha do 19 de Outubro, é atentar contra a sua alma, contra todos aqueles que construíram a agremiação ao longo de décadas de batalha. A fase atual é boa, poucos dão relevância a esses “detalhes”, mas fica o alerta: aquele que renega suas tradições, embora não perceba, está matando a si próprio.
Por um 2009 vermelho!
Mas em 2008 não. Neste ano, o São Luiz tem jogado, invariavelmente, de branco. Por trás da mudança, o radicalismo: pressões de gremistas que se negavam a apoiar uma equipe vermelha, mesmo que fosse a da sua cidade ou região, contribuíram para que a tradição fosse deixada de lado. Inverter o segundo fardamento pelo primeiro na preferência é uma transgressão das maiores e, mesmo assim, para o São Luiz, ficou barato. Por longo tempo, nas rodas futebolísticas de Ijuí, pairaram expectativas de alterações gigantescas na identificação do clube - temas como um novo nome, escudo, e a incorporação de outras cores estavam em pauta.
Isso para não falar dos mais políticos, que optavam por um meio-termo, sugerindo que o então rubro adotasse um uniforme vermelho e branco, como nas origens, e acrescentasse um azul. Pareciam desconhecer a própria história do futebol citadino (lições para eles: 1, 2, 3 e 4), querendo vestir o time nas cores do Grêmio Esportivo Gaúcho, clube licenciado do futebol profissional que, com um tricolor azul-vermelho-branco, rivalizava com o São Luiz em tempos passados.
A estúpida revolução, felizmente, foi travada, mas deixou seqüelas. O São Luiz passa sua temporada 2008 inteira vestindo o branco. Hoje, soa estranho ler uma notícia que conte os feitos do melhor time formado no 19 de Outubro em toda uma década, chamando-o de “rubro”. Tomemos como exemplo simbólico o jogo de ontem, frente ao Guarany: quem era o rubro? Se um cronista ousasse usar o velho apelido do time da casa, seria tomado por daltônico, cego, ou ainda passaria a idéia de que se referia aos bageenses, vestidos de São Luiz. A incongruência forçou Ijuí a mudar a alcunha de seu clube, lentamente, passando a tratá-lo como “alvirrubro”.
Uma mudança insignificante, dirá um provável leitor que não compreende a importância relativa das coisas. Não é para esses que escrevo. Vivemos num Estado orgulhoso de seus símbolos, de sua história. Roubar as cores de um clube, tirar o vermelho vibrante e septuagenário do São Luiz, convertendo-o num colorido pálido jamais identificado com as peleias sobre a terra vermelha do 19 de Outubro, é atentar contra a sua alma, contra todos aqueles que construíram a agremiação ao longo de décadas de batalha. A fase atual é boa, poucos dão relevância a esses “detalhes”, mas fica o alerta: aquele que renega suas tradições, embora não perceba, está matando a si próprio.
Por um 2009 vermelho!
Um comentário:
Meu pai sempre foi Grêmio (em Porto Alegre) e Ferro Carril (em Uruguaiana), mesmo sendo o Ferro alvi-rubro.
Em Santa Maria, mudaram as cores e o nome do Internacional e não deu certo...
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