quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Rivalidade citadina, em versos - Parte 3 de 4

Depois da provocação 'gaúcha', veio uma dura resposta são-luizense. Mas havia mais guardado pelas bandas rubras de Ijuí. O orgulho seguia ferido e era preciso continuar se afirmando. Alguns dias depois, novamente em versos, a torcida do São Luiz voltaria a se manifestar, com sarcasmo e ironia, nas páginas do periódico Correio Serrano:

Aos fans do Gaúcho

Li uns versos no jornal,
Do ex-dono da liderança.
Dou razão aos do "Gaúcho",
Eu também já fui criança.

Quando ganha uma bolita
Que alguém de fora lhe trouxe,
Mostra a toda a vizinhança
Que dinheiro não poupou-se.

Assim em poucas palavras,
Eis a vida do "Gaúcho"
Juntar a "gaita" dos outros
E vencer o São Luiz. Que luxo!

Com toda essa teoria
Desde a sua fundação,
Dezessete partidas perderam
E quatro venceram ao campeão.

O fato acima, senhores,
Nem precisava anunciar,
Mas é necessário que o diga,
Sempre é bom recordar.

Fui o único são-luizense
Que escapei de ser criticado,
Mas confesso: perder a vocês
É preciso ser descuidado.

No nosso último encontro,
Que deu lugar aos versinhos,
O São Luiz jogou bem pouco
Vencer todas é mesquinho.

E como bons esportistas,
"Para a nossa mocidade"
Perdemos algum encontro
Dando-lhes oportunidade.

A que o futebol crie asa
Para termos diversão
Viva o clube colorado!
Viva nosso co-irmão!

(Assinado por "Um Colorado")

***

Mais que ampliar a rivalidade, o episódio das trocas de versos serviu para lançar novos desafios para os clássicos citadinos que viriam no ano seguinte, 1950. O desfecho da história e os rumos dessa grande rivalidade do passado, você confere amanhã, na última parte desta série.

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