A Portuguesa poderia ter sumido. 2006 foi um ano desgraçado para o clube da capital paulista, com sucessivos fracassos se acumulando. No primeiro semestre daquela temporada, rebaixamento à Série A2 do estado de São Paulo, a segunda divisão com nome mascarado. No segundo semestre, a mais cruel das batalhas: lutar para não descer ao inferno, à Série C do Brasileirão. Até a última rodada, até o último minuto da última rodada, a Lusa figurava como rebaixada. Mas aquele gol de Alex Alves, no derradeiro suspiro da jornada de 25 de novembro, mudou tudo. Empatando por 2-2 contra o Sport, fora de casa, a Lusa conseguiu um pênalti salvador aos 90 minutos de confronto. Converteu o gol, salvou-se e empurrou o Paysandu para o caminho que seria seu.
E no ano seguinte, a Lusa renasceu. Na segundona de São Paulo, foi campeã de forma brilhante, conquistando o acesso. Na Série B do Brasileiro, aquela que, no ano anterior, quase a rebaixou, a Lusa foi forte e acabou em 3º lugar, retornando também à elite e tornando o ano de 2007 um marco positivo em uma década desastrosa. A Lusa poderia ter sumido. Aquele gol, o gol de Alex Alves, o gol aos 90 minutos de jogo na Ilha do Retiro, que evitou a queda ao inferno da Série C, mudou tudo.
Então, a Lusa voltou a ser grande. O time da segundona paulista, da quase terceirona brasileira, da falência iminente, deu lugar à boa e velha Portuguesa. A velha Portuguesa dos títulos estaduais, dos títulos regionais, a Portuguesa vice-campeã brasileira em 96. Ontem, aquela Portuguesa gloriosa retornou para todo o Brasil ver. Foi no Morumbi, em jogo televisionado pela Globo, numa oportunidade que há anos a equipe não tinha. Com promessas como Diogo, e jogadores experientes como Patrício e Christian, a renascida Lusa deu outro golpe para mostrar que recuperará todo o respeito a ela devido. O adversário era o Santos, atual bi-campeão do estado e classificado à Libertadores da América. Que fosse o Santos, mas mais parecia o Sertãozinho, tal foi a forma que a Lusa passeou em campo e dominou o jogo. Mostrou um futebol de qualidade, foi soberana, foi, enfim, a grande Lusa do passado.
O placar da noite foi de 2-0. O saldo da quarta-feira, porém, foi muito maior que isso: há esperança para um 2008 tão glorioso quanto o 2007. A Lusa poderia ter sumido, falido, acabada em seu passado. Mas voltou, voltou grande. Aquele gol mudou tudo.
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