Antes de mais nada, eu precisava de uma camisa. Afinal de contas, o primeiro passo para ser identificado como integrante de alguma "facção futebolística", é vestir seu
uniforme. Sim, precisava de uma verde e amarela, mais amarela do que verde, para me integrar àquilo tudo. Fomos às compras, eu e meu pai.
Só que era 1998. Nos dois anos imediatamente anteriores, um jovem jogador brasileiro começava a fazer história nos grandes clubes europeus. Ronaldo - então Ronaldinho, pois era novo e único - havia sido o melhor futebolista do planeta em 96 e 97, segundo a FIFA. Oras, Ronaldo. O que eu queria com um craque, um matador? Preferia um líder exemplar, alguém que impunha respeito e que, com a sua raça, fez uma era do esporte nacional ser batizada com seu nome. No país do jogo bonito, eu renegava o melhor do mundo por um volantão. Queria uma camisa do Dunga!
Mas ninguém vendia camisas do Dunga. O comércio quer dinheiro, e consegue ele mais facilmente vendendo o "produto" em evidência. Nas lojas da cidade, só havia camisas nove. Compramos, não existiu opção, e eu não queria voltar de mãos vazias. Antes de ir para casa, porém, pedi para o meu pai passar em uma papelaria. A segunda - e inesperada - compra da tarde foi uma caneta para retroprojetor.
Mais tarde, com riscos mais precisos que uma finalização de Ronaldo, fazíamos a magia de transformar os noves que estampavam o fardamento. A alteração, já apagada pelo tempo, segue lá até hoje, como se vê na foto. Aquela é a minha gloriosa camisa oito. OITO.

Só que era 1998. Nos dois anos imediatamente anteriores, um jovem jogador brasileiro começava a fazer história nos grandes clubes europeus. Ronaldo - então Ronaldinho, pois era novo e único - havia sido o melhor futebolista do planeta em 96 e 97, segundo a FIFA. Oras, Ronaldo. O que eu queria com um craque, um matador? Preferia um líder exemplar, alguém que impunha respeito e que, com a sua raça, fez uma era do esporte nacional ser batizada com seu nome. No país do jogo bonito, eu renegava o melhor do mundo por um volantão. Queria uma camisa do Dunga!
Mas ninguém vendia camisas do Dunga. O comércio quer dinheiro, e consegue ele mais facilmente vendendo o "produto" em evidência. Nas lojas da cidade, só havia camisas nove. Compramos, não existiu opção, e eu não queria voltar de mãos vazias. Antes de ir para casa, porém, pedi para o meu pai passar em uma papelaria. A segunda - e inesperada - compra da tarde foi uma caneta para retroprojetor.
Mais tarde, com riscos mais precisos que uma finalização de Ronaldo, fazíamos a magia de transformar os noves que estampavam o fardamento. A alteração, já apagada pelo tempo, segue lá até hoje, como se vê na foto. Aquela é a minha gloriosa camisa oito. OITO.
4 comentários:
Em tempo: Não sou dos maiores entusiastas da Seleção Brasileira e, hoje, nem me considero "torcedor". Hoje.
Ah, e há nove anos, Dunga não se conformaria em empatar com o Peru num jogo daqueles.
Belíssimo relato!
Puríssimo!
Parabéns.
Maurício Brum disse...
Em tempo: Não sou dos maiores entusiastas da Seleção Brasileira e, hoje, nem me considero "torcedor". Hoje.
21 de Novembro de 2007 22:10
IDEM
Concordo completamente com o post da camisa 8 prefiro muito mais a raça do que esse tal "jogo bonito"
Postar um comentário