sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Iluminados

A luz que pode ser vista atrás do centroavante Luís Fabiano, na foto acima, definitivamente acompanha a Seleção Brasileira. Não há outra explicação. Com um futebol que por vezes chega a desprezar o compromisso, o Brasil sofre em campo. Na noite de quarta-feira, no Estádio Morumbi, a Seleção foi pressionada do início ao fim por um Uruguai que deveria ser um exemplo de raça e disciplina.

O futebol pobre da seleção penta-campeã desanima. Com Robinho, Ronaldinho Gaúcho e Kaká em campo, os paulistas lotaram o Morumbi com o intuito de ver algo bem diferente do que acompanharam a distância, no Peru. Se dessa vez presenciaram uma vitória, algo parece não largar a equipe verde e amarela: a sonolência em campo. Alguns jogadores parecem estar fazendo uma obrigação ao jogarem pelo Brasil um dos maiores clássicos do mundo. Ronaldinho e Robinho não criaram uma boa jogada durante todo o tempo que estiveram em campo. Kaká, em noite pouco inspirada, ao menos tentou compensar com vontade.

O Uruguai dominava, e ensinava organização tática para Dunga. Mesmo com um time bastante inferior tecnicamente, a Celeste tomava conta do jogo com atitude, toque de bola e objetividade. Só no primeiro tempo, além do gol de cabeça do folclórico Loco Abreu, Suarez e Cristian Rodriguez perderam chances preciosas de definir o placar em um jogo que era azul por inteiro - esbarraram na pontaria.

Luís Fabiano, convocado as pressas e com uma história consolidada no palco da partida, tratou de colocar alma no gramado que conhecia tão bem e virou o jogo com dois gols em que mostrou fé. No primeiro gol, próximo ao fim da primeira etapa, o balão já estava em uma posição difícil para a finalização, na liha de fundo, mas o chute forte surpreendeu o azarado Carini. 1-1, em uma falha de um arqueiro que pouco joga na Europa. A liga brasileira não derrubou os onze uruguaios. A Celeste voltou com a mesma idéia para o segundo tempo, mas novamente tropeçava ao chegar perto do segundo gol. Jogadores como ''Cebolla'' Rodriguez, o melhor desta seleção, Diego Lugano e ''Nacho'' Gonzalez controlavam o jogo com uma supremacia que irritava a torcida brasileira. Em um ataque sem maiores pretensões, Gilberto arriscou um chute de longe, que saiu torto e caiu nos pés de um centroavante de verdade: 2-1.

Abalado por dois golpes inesperados, o Uruguai não teve mais forças para buscar o empate. O Brasil nem assim mandou na partida, mas enfim levou os três pontos que tanto queria. Pontos para uma seleção que possui mais sorte do que compromisso - e que vai sofrer muito mais se uma forte mudança de postura não acontecer.

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