quinta-feira, 30 de julho de 2009

O desprezo tricolor pela Liguilla em “O tombo do arqueiro”

A primeira jornada ainda foi de festa. O título nacional, conquistado em infindáveis finais pouco antes, ainda era comemorado por aficionados, jogadores e diretoria. A estreia na Liguilla foi como um fim de trago: na rua, em plena luz do dia e com poucos e fiéis adeptos. Prova cabal da hipótese é que a reduzida torcida do Nacional no Centenário se dirigia, nos cânticos alcoólicos, mais aos representantes do Defensor, que assistiam ao confronto preliminar com compenetrada atenção, do que aos do Cerro, o adversário da tarde. O 1-3 a favor dos villeros saiu barato para os não-mais-dirigidos-por-Pelusso.

O próximo compromisso era com o Racing, um emergente que não queria saber do ritmo lento do cotidiano oriental. Os periódicos lembravam, ainda de leve, que o tricolor tinha, sim, um objetivo na Liguilla. Não adiantou. Com o entusiasmo de quem joga a vida para aparecer na maior competição do continente, o Racing bateu (3-2) o Nacional, que já perigava ver o SONHO da SUL-AMERICANA dissipar-se. Sonho. Sul-Americana. Reconheço que a causa do Nacional não era das mais nobres, mas ser derrotado em duas partidas seguidas nunca é agradável.

Luís González, o novo técnico do Nacional, lançou a campo na terceira rodada um onze ainda mais juvenil e reserva. Dos titulares na Copa Libertadores, só o beque Sebastián Coates atuou. Até BRYAN Machado, de dezesseis anos, enfrentou o River Plate de Carrasco. E inclusive o aparentemente morto tiki-tiki superou o MORNO futebol do Bolso. 4-2 diantes dos degraus violetas do Estádio Luiz Franzini. A favor do River Plate que, RESSUSCITADO, também pensou: ué, ambicionarei a Copa. Três partidas, três caídas.

Quando a lanterna já era uma verdade inquietante, veio o Defensor Sporting. O quadro escalado foi praticamente o mesmo que apanhou de Cerro, Racing e River, só que o adversário em questão reservava um algo a mais. O Defensor simplesmente não vence o Nacional. Em dezoito finais, perdeu todas. Pela Liguilla, não seria tão diferente assim. Nem com esse time e nem com essa (falta de) gana. A representação do Parque Central fez a sua parte: não anotou gols na equipe violeta, que encerrou o match com nove jogadores no gramado. A igualdade sem gols seria mesmo a opção mais justa. O site do clube estampou: ¿Por qué no jugamos una Liguilla contra Defensor?

Passaram quatro rodadas e o Nacional ainda não venceu. A prestigiada vaga na Sul-Americana já está definitivamente enterrada. Leonardo Burián, o arqueiro que tomba nas fotos, já jaze estatelado na grama do Centenário. A última fecha ainda reserva um Nacional vs. Liverpool. Um moribundo com sono X um transeunte perdido em seu devaneio copero. Nacional, sem loucuras: não é hora de vencer. Liverpool Fútbol Club na Copa Libertadores: o Futebesteirol ainda crê.

Fotos minhas. O gol registrado é o primeiro do Cerro no 1-3 da primeira rodada.

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