sexta-feira, 3 de julho de 2009

Estreia, reprise e saída de cartaz com a vida igual

PORTO ALEGRE – Foi a mesma coisa. O minuto trinta e seis do jogo do Olímpico, ontem, equivaleu ao vinte e oito do Beira-Rio, quarta-feira. Ontem, o Cruzeiro fazia 0 a 2 sobre o Grêmio, 1 a 5 no agregado, e praticamente fechava a classificação. Na quarta, o Corinthians também metia 0 a 2 no Inter, 0 a 4 no agregado, e tornava possível usar do artifício do ‘só um milagre’ para descrever o que restava das aspirações coloradas. Os dois times que precisavam de pelo menos dois gols no início continuaram semelhantes no intervalo, necessitando de cinco, e assim se mantiveram no fim, suportando o fracasso de seus objetivos.

Gremistas, como os colorados, prometeram um caldeirão, fizeram um caldeirão, e murcharam assim que as coisas começaram a complicar. Os alvirrubros desistiram de forma enfática na véspera, muitos deles abandonando o recinto no intervalo, como que dizendo “CHEGA”. Os tricolores podem ter durado mais, mas animicamente estavam tal qual o Inter – quando o polêmico-e-bombardeado-por-discursos-assassinos Elicarlos entrou em campo, os gremistas que tanto ameaçaram nos outros dias mal e mal tiveram forças para gritar “mata!” ou vaiar com DENSIDADE; uns poucos ensaiaram lamentáveis imitações de BUGIOS y nada más.

Há pouco o que falar do jogo de quinta. O Grêmio foi o que foi na Libertadores inteira: um time a jogar direitinho e sem saber fazer gols. Começou melhor que o Cruzeiro, desperdiçou OITOCENTOS E VINTE E NOVE chutes e, no primeiro ataque mais decente dos mineiros, levou um. Entre milhões de coisas, eficiência é um dos pontos que diferencia os que podem ser campeões dos outros. O segundo gol, dois minutos depois, aos 36, foi daqueles que só leva time que já desistiu. Time que tenta fazer linha de impedimento e não se presta a correr atrás quando vê que o lance seguia. Wellington Paulista marcou o segundo e acabou com a peleia. No intervalo, as mãozinhas distribuídas aos torcedores, que erguiam dois dedos e sinalizavam “Eu acredito!”, já precisavam ser unidas para mostrar todos os CINCO dedos.

Grêmio e Cruzeiro, Inter e Corinthians. O Inter ficou com dez quando tentava reagir, D’Alessandro foi expulso no lance mais patético de 2009 até aqui, e o Grêmio também viu um vermelho na hora em que poderia ir para cima. Se o vigoroso carrinho violento de Adílson era necessário, diferentemente do lance do argentino do Inter na véspera, o FIASCO que faltou dentro de campo no Olímpico aconteceu fora do estádio, na briga dos torcedores com a Brigada Militar. Tentavam simplesmente fazer valer o seu DIREITO de ver o jogo.

Cerca de quinhentos sócios e torcedores comuns com ingresso foram BANIDOS do confronto ao se deparar com portões fechados. Exaltados, muitos talvez bêbados, entraram em conflito com os cavalos. E cavalos, sabemos, também há do tipo BÍPEDE. São os piores. O policiamento garante ter evitado uma “tragédia”, pois o planejamento incompetente do Grêmio em relação quantos sócios DARIAM AS CARAS causaria uma SUPERLOTAÇÃO. Quem errou na história é motivo para discussões longas, mas o lavei-as-mãos-e-deixei-vocês-apanhando de Duda Kroeff foi o capítulo final da indignação gremista na noite – “ABSORVIDO” pela partida, o presidente não se dignou a sair da sua poltrona confortável para buscar uma solução.

Deixou o estádio ouvindo os quase 45 mil presentes (menos, menos, pois muitos não aguentaram ficar no Olímpico até o EPÍLOGO) querendo enxotá-lo do comando do clube e exaltando o ex-presidente Paulo Odone. O Grêmio, como o Inter, conseguiu buscar o 2 a 2 com HUEVOS e uma ajuda COLOSSAL dos adversários relaxados, e pôde ouvir os mesmos aplausos de sua torcida que os colorados já haviam destinado ao seu time um dia antes. Não eram gritos de glória. Ambos haviam caído, e o ruído das tribunas estava mais para ecos vindos de um poço. Pelo menos eram AUDÍVEIS. Mas agora o filme do Rio Grande do Sul, que foi um só, tal a igualdade do que aconteceu na quarta e na quinta, saiu de cartaz.

A PARECENÇA terrível desta semana talvez fosse tudo o que os gremistas quisessem em relação ao futuro. Porque agora o Grêmio só tem pela frente o Campeonato Brasileiro, e ainda precisará remontar ABISSAIS diferenças de pontos para os líderes. O Inter, embora tenha caído de seu recanto em meio as nuvens e acordado para ver que não, não é o melhor time do MUNDO, ainda tem mais qualidade que o rival. E está no topo da tabela nacional. E, se fizer improbabilidade em Quito, tem como se deliciar com a Recopa. E poderá se divertir jogando a AMIGÁVEL Copa Sul-Americana no segundo semestre... O vice colorado num dia e a possibilidade de classificação gremista no seguinte até fizeram alguns azuis cogitarem que a gangorra estaria por virar, depois de uma década pendendo pras bandas da orilha do Guaíba. Por ora, no entanto, a vida segue igual.

Fotos minhas.

Um comentário:

Anônimo disse...

VERGONHA O QUE ACONTECEU NO ESTÁDIO OLIMPICO!!PERDER E APANHAR DA BRIGADA É DOSE PRA GREMISTA...