
No cenário perfeito, opondo não o São Luiz e o Gaúcho, e não os times principais, mas tal


Como nem tudo são marias-moles, o Ouro Verde vem sumido já há alguns anos e não impõe o mesmo respeito de antes. Um observador desinformado interpretaria como indício de projetos para o futuro ver o clube com uma equipe de juvenis no estadual, mas o equívoco começa a ser desmentido na primeira olhada nas tabelas da competição: o nome da equipe está como GBM/Ouro Verde, e as três letrinhas antes da barra não são decorativas. GBM é a escolinha administrada pelo treinador Jair Galvão, campeão da Segundona Gaúcha de 2005 pelo São Luiz, que pretendia entrar no campeonato sozinha. Impossibilitada pela burocracia – era necessário um nome associado à FGF –, a escolinha foi atrás de uma parceria com algum clube local nessas condições, e só então apareceu o Ouro Verde. O clube é um mero acessório, entra com o nome, o símbolo e o uniforme, mas os jogadores, estes foram TODOS formados pela GBM.


Eu prefiro as lendas, mas às vezes a realidade brinca de destruir imaginários e o faz sem piedade. A Montanha está longe de ser um estádio comparável ao 19 de Outubro, escancarando as diferenças de um Gaúcho que parou no tempo e um São Luiz que buscou a estruturação profissional. Com o seu gramado seco, suas áreas cobertas de terra, seu solitário lance de arquibancadas situado de frente para o sol e os barrancos como única separação entre os alambrados que cercam o terreno de jogo e as ruas, o estádio Bertholdo Christmann não é mais que uma arena de amadores. Está ob

As pessoas que foram ao estádio ontem estiveram limitadas a se perguntar quando havia sido mesmo o último clássico ijuiense. Não repassaram a história dos confrontos da cidade e também não precisariam. A elas interessava que ali, naquele momento, jogavam o Ouro Verde, líder do grupo ao lado do Ypiranga de Erechim, e o São Luiz, que tentava buscar o primeiro posto. Vestindo o tradicional vermelho, mas provavelmente não por causa dele, o São Luiz ia mais para cima. Os de verde-com-verde-marca-texto tinham dificuldades para trocar passes, encontrar espaços e avançar até o fundo do campo. O primeiro tempo foi rubro, e dessa vermelhidão toda nasceria o gol de Maicon, aos 21 minutos. Foi com o 1 a 0 que o time do Assis Brasil iniciou um crescimento, mas só depois do intervalo as chances começaram a ser reais.
O São Luiz retornou irreconhecível dos vestiários. Aliás, dos vestiários não, pois passou o intervalo dentro de campo, com os jogadores sentados próximos à casama

Eram 57 minutos (no juvenil, vale lembrar, cada etapa tem apenas quarenta minutos, então eram 17 do segundo tempo). Em um momento de plena superioridade, o Ouro Verde sofria um gol. Essa seria a sua desgraça também na hora de levar o terceiro, mais adiante. Por enquanto, o fato de ter a desvantagem duplicada não destruíra tanto os ânimos do time: apenas três minutos depois seu atacante era lançado livre na área são-luizense, disputava uma bola alta com o goleiro e, no lance, sofria pênalti. Houve uma acirrada discussão sobre a agressão ou não do camisa 1 do São Luiz no ofensivo do Ouro Verde, mas o árbitro estava convicto: quando Jair

Aí veio o novo infortúnio do Ouro Verde numa hora em que o jogo parecia estar na sua mão. Logo depois de descontar, no minuto 69, o time deu ao São Luiz a mesma chance que tivera pouco antes: também de pênalti, Lima marcou o 3 a 1 para os da Baixada, sentenciando o confronto. A equipe verde, com um a mais, só conseguiria golpear a meta são-luizense novamente dez minutos depois, no finzinho da partida (79 minutos de 80, afinal), quando Jaílson pôs o 3 a 2 na contagem. Era demasiado tarde. Apesar do muito tempo de acréscimo pedido pelo árbitro, a pressão derradeira não foi capaz de assustar. Como costumavam acabar a maioria dos clássicos ijuienses do passado, o primeiro clássico ijuiense oficial em muitos anos terminava com uma vitória do São Luiz. E o próximo, pelo returno, deverá ser na Baixada. Sem ALTITUDE, para regozijo maior dos rubros.
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