“Atirei o pau no nomedorival” é parte de uma cantoria ouvida nos estádios de norte a sul do país. Ela segue com evocações a ordens de que o tal rival sofresse fornicações anais, e mais séries de frases dentro dos preceitos da moral e dos bons costumes. Em Bento Gonçalves, eles dizem atirar o pau em Caxias. Na cidade. Mas o Esportivo anda tão ruim que não consegue corresponder à música.
Ontem foi a SER Caxias à Montanha dos Vinhedos para um Clássico da Polenta que resultou em jogo para curar insônia. Ademais de duas bolas no travessão, nada do mostrado em campo teve capacidade de evitar outra apresentação de fazer qualquer menino antipatizar com o futebol de uma vez por todas. Da ruindade do Esportivo nem falo, que já está devidamente registrada por aqui, mas a do Caxias, por todos os diabos, não fica muito atrás. Achei que a maleza técnica do 0 a 0 no jogo contra o Juventude, quarta-feira, era pela emoção de jogar o “clássico que acontece a cada cinco anos”, mas o novo placar nulo deste sábado inverteu os conceitos de exceção e regra.
É fraco, o Caxias. É terrível, o Esportivo. Mas tenebroso mesmo é saber que os dois já venceram neste campeonato – e o São Luiz, não. Assim, que temos dois níveis de ruindade no estadual: o Caxias, o Esportivo, quem sabe o Veranópolis, e os que sequer sabem o que é somar três pontos inteiros de uma vez, escalão no qual estão incluídos, além do pálido (e raquítico) de Ijuí: Inter de Santa Maria, Avenida e São José. Não por acaso, os quatro piores colocados na classificação geral do Gauchão.
E nenhum dos três últimos citados se salva: o Inter-SM foi quem perdeu pro Caxias (e com baile), o São José conseguiu a proeza de cair em casa para o Esportivo (embora nunca esteja em casa um time sem torcida como é o Zequinha), e o Avenida, ontem, no jogo direto contra o próprio time de Porto Alegre, não foi capaz de fazer um bom resultado em Santa Cruz do Sul. Empatou por 3 a 3 com o São José, numa daquelas típicas partidas em que os dois times, de tão ruins, acabam realizando um confronto interessante. A graça que o jogo teve se perdeu na divisão dos pontos, que manteve o Zeca na lanterna da chave 2 (um ponto atrás do São Luiz) e não fez mais que colocar o Avenida como penúltimo do grupo 1 (um ponto à frente do Interzinho).
Toda a qualidade que falta nestes é vista no Santa Cruz, candidato a ser, em 2009, a sensação do interior. Depois de empatar com o Inter no Beira-Rio e acumular duas vitórias consecutivas nas rodadas seguintes, uma no clássico contra o Avenida (3-1) e outra sobre o aclamado Novo Hamburgo (1-0), o Galo esteve a ponto de empatar, ontem, com o Juventude no Alfredo Jaconi. Seus jogadores deram um espetáculo de resultadismo para segurar o empate e bateram até na mãe.
Levaram sete cartões amarelos. E não foram expulsos. Provavelmente a frustração do árbitro tenha nascido aí, nessa impossibilidade de mandar alguém pra rua. Aos 88 minutos, ele descarregou as mágoas validando o gol de Allisson, que só cabeceou para o fundo das redes depois de empurrar o marcador Glauber. Com assalto, 1 a 0 para o Juventude, e caiu a invencibilidade do Santa Cruz. Mas nada está perdido. Eles ainda jogam contra o Esportivo e o Inter-SM neste turno.
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