

Foi com a lembrança da comoção que uniu o Rio Grande que a primeira partida oficial deste rincão em 2009 teve início. A estreia do Internacional no ano do seu centenário – contra o invariavelmente desacreditado Santa Cruz. O Galo dos Plátanos, pela pura falta de tradição em chegar muito longe, algo que me acostumei a ver com o São Luiz, entra ano e sai ano como um dos candidatos iniciais ao rebaixamento no estadual. Contrate quem contratar, não importando o que tenha feito na temporada anterior. Así que uma goleada do Inter parecia o mais óbvio naquele Beira-Rio que aparentava estar levemente cheio mas, segundo os números oficiais, só tinha umas 14 mil almas.
No vestiário, o ritual deve ter sido o comum a todos os interioranos que se aventuram na capital. O técnico Agenor Piccinin chamou seus comandados, bradou alguma coisa sobre raça e virilidade, então escreveu numa lousa a ordem do dia: “passou do meio de campo, atora”. Insistentes carrinhos e

Bastava para o Colorado dominar. No primeiro tempo, em que Nilmar fez um gol aos 44 minutos e o árbitro enganou meio estádio apontando para o meio de campo antes de anular o lance, e no segundo, que teve um mando pleno dos alvirrubros até a metade. A certa altura da etapa complementar o Santa Cruz era um amontoado de onze desesperados defensores, situação evidente pelas duas pelotas na trave acertadas pelo Inter nos minutos 67 e 68. O momento mais claro de ditadura vermelha na partida foi, também, uma epifania para os visitantes. Após

Nos vinte minutos finais, ataques das duas partes alternados. O Inter com qualidade, cálculo, toques mais precisos e escapadas nas costas da zaga, obrigando o goleiro Cássio a se consagrar se não quisesse ter a invencibilidade derrubada. O Santa ia para a frente na base do contragolpe, aproveitando os erros do adversário, apostando muito na velocidade e um pouco na sorte. E, claro: construindo jogadas e jogadas com as bolas roubadas dos pés do debutante Marcelo Cordeiro – o pior em campo –, capaz de perder o domínio para os cavalos de Santa Cruz do Sul repetidas vezes, SEM sofrer falta.
Chances reais, contudo, vinham apenas esporadicamente. E o tempo correndo. Impaciente, a torcida colorada vaiava as ceras do time de fora, e cobrava pressa dos seus próprios atletas. Viu um chute dos seus r

Na saída do Beira-Rio, em meio à frustração pelo resultado inesperado e aos comentários sobre o outro jogo alvirrubro da noite, o da Copa São Paulo de Juniores que ocorria simultaneamente (e que também teria um fim desagradável), um colorado afirmou, na rampa: “esse Santa Cruz tem um time ajeitadinho, vai brigar por uma vaga nos mata-matas”. Em 2009, o eterno “candidato” ao descenso precisou de só uma partida para mudar opiniões.
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