
Em janeiro d

A remontada da Liga foi sustentada por remontadas dentro de partidas individuais. A mais simbólica delas, no fim de semana em que o Madrid assumiu a liderança para não largar mais: 34ª rodada, 12 de maio de 2007. No Santiago Bernabéu lotado, levando hat-trick de Pandiani, o Real Madrid foi ao intervalo sofrendo humilhantes 1-3 do Espanyol. Sem ter como sonhar diante do que o placar dizia, os torcedores desconheciam que o vestiário merengue convulsionava. Era chegado o momento definitivo da garra – a hora de separar os mercenários dos que incorporavam aquela alma tão bem representada na velha e lendária figura de Juanito. Não havia mercenários em campo naquele dia. Raúl descontou. Reyes igualou. Um pontinho honroso era salvo, o estádio empurrava a equipe ao ataque e o tempo que passava não re

Aquele gol da remontada, aquele gol da reconstrução da raça do Real Madrid foi marcado por Higuaín. O mesmo Higuaín que, neste fim de semana, em outro 4-3, agora sobre o Málaga, saiu do jogo como herói, mas por motivo diferente: no sábado último, não foi um gol no fim que o alçou à estima dos aficionados, mas sim todos os gols do jogo. Nem sua bela partida e o fato de ter estado três vezes à frente no placar salvaram o Málaga da possessa Pipita que carregava o número vinte nas espáduas. Higuaín empatou as três vezes e concluiu a virada quando os oponentes já não agüentavam mais ver o sonho ruir a cada gol. Hoje o Marca estampa que o Real Madrid quer transformar Gonzalo num novo ídolo. No Bernabéu, isso significava até pouco tempo atrás: criar um galáctico. Para o seu próprio bem, que o Madrid não cometa esse erro com um dos símbolos da reconquista da sua garra, que não o transforme numa reedição daquelas estultices marqueteiras e perdedoras de 2003/04.
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