BATE Borisov: alçado ao destaque pela participação na Champions League desta temporada, o BATE mantém, silenciosamente, um domínio no Campeonato Bielorrusso. No fim de semana bateu o Dínamo Brest por 1-0 e ficou a uma partida de completar um ano de invencibilidade na liga nacional: sua última derrota em campeonato foi no dia 9 de novembro de 2007, 1-2 em casa para o FC Minsk. Basta que os de Borisov não percam o confronto atrasado contra o Torpedo Zhodino, na sexta 31, para fechar 365 dias sem derrota – a partida seguinte será exatamente num 9 de novembro. O BATE Lidera a atual liga bielorrussa com 17 vitórias e 9 empates em 26 rodadas, tem quatro pontos a mais que o vice-líder Dínamo Minsk e dois jogos disputados a menos.
Blooming: em 22 confrontos entre as duas equipes em Santa Cruz de La Sierra, 19 vitórias do time da casa e 3 empates. O Blooming nunca havia perdido para o Aurora de Cochabamba jogando em casa e, ontem, a história voltou a pesar – vitória de 2 a 0 para os cruceños na primeira partida da final do Clausura Boliviano de 2008. Pode ser o quinto título nacional do clube (campeão também em 1984, 1998, 1999 e no Apertura de 2005), que empataria com o rival citadino Oriente Petrolero na lista de campeões. A partida de volta é no dia 30.
Brasil, o de Pelotas: está virando uma tradição enjoada dos clubes gaúchos na Série C neste início de século. Fazem campanhas boas, começam a atrair torcida entusiasmada de interioranos espalhados pelo Estado e... na fase final acabam sendo incapazes de subir à B. Em 2005 foi com o Novo Hamburgo, em 2006 com o próprio Brasil de Pelotas, que parece estar querendo reeditar a infelicidade em 2008. Ontem, empatou em casa com o Duque de Caxias (um mero 12º colocado do Campeonato Carioca, que está na Série C por esses motivos inexplicáveis de classificação), e encerrou o primeiro turno do octogonal decisivo fora do G4 de acesso.
Das disputas perdidas e ganhas: o Timão de Mano Menezes confirmou a subida de divisão mais óbvia de todos os tempos com seis rodadas de antecedência, diante de um Pacaembu festivo, no sábado. Sua facilidade para alcançar o objetivo traçado em dezembro passado, o de subir a qualquer custo, tirou da Série B o seu antigo mérito de ser mais disputada que a A – curiosamente, na mesma temporada em que a divisão de elite chega com cinco equipes em condições reais de cogitar o título a sete rodadas do fim. Um campeonato tão atipicamente dinâmico que o Palmeiras, líder há pouco tempo, terminou o sábado fora do G4 da Libertadores, após ser derrotado pelo Fluminense; também perdeu no fim de semana o Cruzeiro, 1-0 para o lamentável time do Atlético Paranaense, que só chegou ao triunfo porque os celestes tiveram um expulso no começo e o goleiro Fábio foi um fracasso. Tudo isso bom para quem não jogou no fim de semana, o Grêmio. Dizem os mais entusiasmados que, agora, basta o tricolor vencer o jogaço em Belo Horizonte na próxima quarta-feira para assegurar o título. Eu, que disse não acreditar em campeonato perdido após as derrotas gremistas para Goiás e Inter, agora direi que não acredito em campeonato ganho em caso de vitória contra o Cruzeiro. Mas com o Grêmio jogando mal do jeito que está, se conseguir tirar forças para vencer no Mineirão, onde só faz perder há dez anos, realmente haverá espírito de campeão.
Eredivisie: dos campeonatos nacionais europeus com clubes campeões continentais, o holandês só não é mais sem graça que o português. Na Holanda, dos 44 últimos campeonatos disputados desde a temporada 1964/65, somente o de 1980/81, vencido pelo AZ’67 (atual AZ Alkmaar) acabou nas mãos de um time fora do eixo Ajax-Feyenoord-PSV. Por isso o início da atual temporada na Eredivisie está sendo tão divertido. Após sete rodadas, os três grandes patinam em posições abaixo das expectativas: o Ajax, com 13 pontos, é quinto colocado, o PSV, atual tetracampeão, é sexto com 12 – e perdeu três dos sete jogos que disputou, incluindo o de sábado, 2-3 para o Roda JC – e o Feyenoord é melhor nem falar, somando 5 unidades para figurar num imprestável 15º lugar de uma liga disputada por 18 quadros. Os quatro primeiros lugares, por ora, são ocupados por Groningen (16 pontos), NAC Breda (16), AZ (15) e FC Twente (14).
Frustrante: separados por um ponto na classificação, Odense e København, respectivamente líder e vice-líder do Campeonato Dinamarquês, prometiam fazer um confronto antológico na partida válida pela 11ª rodada, a última do primeiro dos três turnos da liga de lá. Ao time de Copenhague, que jogava em casa, o jogo poderia simbolizar a tomada do primeiro lugar, mas a contagem não passou de um frustrante 0-0. Além de manter a tabela inalterada, o placar nulo permitiu a aproximação do Brøndby, que venceu o Midtjylland em outro confronto direto. Na zona dos quatro primeiros, agora o Odense tem 25 pontos, o København 24, o Brøndby 23 e o Midtjylland 21.
Hoffenheim: Carlos Eduardo, ex-Grêmio, acabou fazendo uma das melhores apostas arriscadas dos últimos tempos ao aceitar ir para o desconhecido TSG 1899 Hoffenheim, então um clube da segunda divisão, na temporada passada. Ajudou o clube a conquistar o acesso e, sem a pressão por resultados de uma equipe mais tradicional, faz parte da campanha surpreendente que o time desempenha na Bundesliga. No domingo, a equipe atropelou o ex-líder Hamburgo por 3-0 e assumiu uma anormal primeira posição ao final da nona jornada. Transformado no time a ser superado, o Hoffenheim tem 19 pontos e é perseguido pelo Bayer Leverkusen (18), Hamburgo (17) e Stuttgart (16). O Bayern München conta 15 unidades e ainda tenta reagir após o seu mau começo.
Hull City: Scolari perdeu a sua primeira “final” em solo inglês, 0-1 para o Liverpool, e assim deixou os vermelhos na liderança isolada da Premier League, com 23 pontos. Seu Chelsea ficou com 20 unidades, e aí entram os nossos heróis do início da temporada britânica: o espetacular e imparável Hull City alcançou os de Felipão. Os Tigers abateram o West Bromwich Albion por 0-3 fora de casa e sustentaram o maravilhoso retrospecto construído longe de seu estádio nesta temporada: são 4 vitórias e 1 empate, a melhor campanha como visitantes entre todos os clubes da Premiership no momento (o Liverpool também fez 13 pontos fora de Anfield, mas seu saldo de gols fora é inferior ao do Hull).
Inter Turku: o Campeonato Finlandês seguiu indefinido até a sua última rodada. Chegaram ao domingo o Inter Turku com 51 pontos e o Honka Espoo com 50, um secando o outro e precisando fazer a sua parte. Mas as esperanças do Honka não surtiram efeito. Jogando em casa, onde não perdeu nesta temporada, o Inter fez 2-0 no FF Jaro e assegurou a taça. O decepcionado Honka ainda perdeu a sua partida: 3-2 para o IFK Mariehamn, antepenúltimo colocado. Fundado em 1990, o Inter Turku chegou à maioridade conquistando os dois primeiros títulos da sua história: antes do campeonato, havia vencido a não muito prestigiada Liigacup.
J-League: a disputa do Brasileirão? É nada perto do que está acontecendo no Japão, onde após 30 rodadas, faltando quatro para o final da J-League 2008, míseros três pontos separam o líder do quinto colocado. A rodada de domingo deu auxílio no corte de distâncias, com o Kashima Antlers, atual campeão e dono do primeiro lugar, sendo derrotado pelo FC Tokyo por 3-2. Os Antlers só não perderam a primeira posição porque o vice-líder também marcou passo, empatando o seu jogo. A classificação parcial dos cinco primeiros tem o Kashima com 53 pontos, o Nagoya Grampus em segundo contando 52, Kawasaki Frontale e Oita Trinita empatados em 51, e o Urawa Red Diamonds, que entregou a J-League de 2007 na última rodada, com 50.
Ligue 2: o rebaixamento da segunda para a terceira divisão na França está vitimando, lastimavelmente, três clubes tradicionais. Após doze rodadas, um terço da competição, o Guingamp é antepenúltimo colocado e o Nîmes lanterna. O primeiro tem 11 pontos e está só um atrás do Châteauroux, 17º colocado, mas o outro já conta largas seis unidades de desvantagem, dificultando o contorno da sua situação. O descenso de qualquer um dos dois seria sentido pela comunidade futebolística francesa, mas ambos juntos não são capazes de igualar a comoção que provocará o outro membro da zona de rebaixamento: o tradicionalíssimo Stade de Reims, duas vezes vice da Copa dos Campeões da Europa (1956 e 1959), é 19º colocado, tem 1 vitória, 4 empates e 7 derrotas em 12 jogos (além da pior defesa, 22 gols sofridos), e não dá qualquer sinal de avanço para sair do fundo do poço: sua última (e única) vitória foi no distante 15 de agosto, sobre o próprio Guingamp... No fim de semana, o Reims levou 1-0 do Vannes, recém-ascendido da terceirona.
Lyon: é inacreditável, inacreditável!, como o Lyon, além da sua inquestionável competência de heptacampeão francês, também é acompanhado pela sorte. Nessa rodada o time empatou por 0-0 com o Auxerre como visitante, parando dois pontos acima do Olympique de Marseille que, invicto nas 9 primeiras rodadas da liga, dependeria de uma vitória no seu estádio, o Vélodrome, para assumir a liderança. Pois a maldição continua sendo real e o OM caiu por 2-4 diante do Paris Saint-Germain. Perdeu pela primeira vez na Ligue 1 2008/09 e quedou-se no segundo lugar. Vinte e um pontos para o Lyon, dezenove para o OM, e tudo segue igual na França.
Omonia: foi nesta segunda-feira que dois dos principais clubes do Chipre enfrentaram-se pela sexta rodada do campeonato nacional. Em Nicósia, o Omonia recebeu um Anorthosis Famagusta respaldado pela participação na Champions League e não tomou conhecimento dos oponentes, massacrando por 4-0. A primeira derrota do Anorthosis o tirou da liderança e o fez cair para o terceiro lugar. Com 13 pontos, está atrás do APOEL Nicósia, dono de 14 unidades, e do próprio Omonia, líder após chegar aos 15. O detalhe: foi a primeira derrota do Anorthosis depois de 39 partidas de invencibilidade no Campeonato Cipriota; o time não perdia desde 28 de abril de 2007.
Quatro a quatro: a melhor partida do fim de semana foi o épico escrito por Villarreal e Atlético de Madrid no El Madrigal. Os colchoneros abriram o placar no primeiro minuto, dobraram sua vantagem com Forlán aos 22 e foram ao intervalo com um 0-2 que demandaria sangue para ser sustentado: Banega havia sido expulso. Na volta dos vestiários, a dificuldade de ter dez em campo pesou, os amarelos atropelaram e o placar chegou às proximidades de goleada, com um 4-2 em favor do Villarreal. Ninguém mais esperava que o Atleti fosse anotar dois outros tentos para recuperar o empate, com Simão, aos 83 minutos, e Raúl García, aos 85. O renascimento colchonero, no entanto, não freia a decadência do time na Liga: foi a quarta partida seguida sem vitória.
Rosenborg, this is the end: de 1992 a 2004, treze intermináveis temporadas consecutivas, o Rosenborg dominou o Campeonato Norueguês e atingiu um número de taças muito maior que o de qualquer outro concorrente no país. O Vålerenga quebrou a seqüência em 2005, o Brann conquistou o campeonato de 2007, mas o time de Trondheim ainda não estava morto: em 2006, o Rosenborg havia voltado a ser campeão, mantendo outra escrita – desde 1988, não passavam dois anos seguidos sem troféu de liga para o clube. Em 2008, finalmente, essa série caiu: apenas quarto colocado, o Rosenborg passou longe de impedir a conquista do Stabæk, que garantiu matematicamente no fim de semana o seu primeiro título norueguês da história, ao continuar com seis pontos de vantagem sobre o Fredrikstad faltando uma rodada.
Tessalônica vs. Olympiakos: certamente não era a intenção, mas acabou acontecendo: o Aris de Tessalônica quebrou a invencibilidade de seis partidas do líder Olympiakos no Campeonato Grego, com uma vitória por 1-0 no domingo, e assim ajudou o rival citadino a se aproximar do topo ao fim da rodada sete. O PAOK, principal clube de Tessalônica, venceu na véspera o Levadiakos por 3-1 e chegou aos 15 pontos, um a menos que o estacionado Olympiakos.
Valencia, três troféus: depois da terrível temporada passada, em que, apesar dos pesares, ainda levou o título da Copa do Rei, o Valencia vive os primeiros meses de 2008/09 com excelentes resultados na Liga Espanhola. Invicto após 8 rodadas (6 vitórias e 2 empates, incluindo o deste final de semana, 1-1 com o Recreativo), o time do Mestalla é líder isolado com 20 pontos, um a mais que Barcelona e Real Madrid. Além do troféu de campeão, também está copando, no momento, as tabelas de premiações individuais: Villa é primeiro no Trofeo Pichichi (dado ao artilheiro), ao lado de Eto’o, com 9 gols, e o goleiro Renan lidera o Trofeo Zamora (dado ao arqueiro menos vazado, em média), empatado com o sevillista Palop num coeficiente de 0,63 gol sofrido por partida (5 gols em 8 atuações).
Um comentário:
Detalhe: Em 1999, o Hoffenheim estava na quinta divisão.
Postar um comentário