
O homem é um fenômeno. Ele avisou para que contassem com seu esforço. Ele quis ajudar o Grêmio. E ele nem precisou entrar em campo. Assistiu a tudo da casamata, acorrentado e com uma focinheira, apenas espumando de raiva para amedrontar os jogadores do Palmeiras. Resultado: primeira derrota alviverde dentro de casa no Campeonato Brasileiro, por dolorosos 0-3. Se Sandro estivesse em campo, sobraria pouco do quadro paulista...
Imaginário gremista à parte, o verdadeiro dono da noite no Palestra Itália foi Roger, autor dos dois primeiros gols dos pernambucanos. Também brilhou a estrela de Durval, o malvado, que deu pinta de goleada ao jogo, convertendo o terceiro na parte final do confronto. Permaneceu o Palmeiras cinco pontos atrás do Grêmio, e os gaúchos só jogam esta rodada no sábado.

Com nove, sem goleiro, o Vasco tinha que mandar um homem da linha para a meta. Foi Edmundo (acima, preparando-se para o pênalti, em reprodução da TV). Ele levou o gol na cobrança desde os onze metros, como era de se esperar, mas atuou dignamente diante de um Cruzeiro que pouco faria depois para ampliar mais a vantagem já erguida aos 1-3. No último lance do confronto, o Animal fez boa defesa em cabeçada à queima-roupa. Ganhou aplausos entusiasmados da torcida presente em São Januário, que teve o mérito de reconhecer o empenho do seu jogador mesmo derrotada.
Edmundo deixou o gramado chorando. Falava da injustiça de se treinar toda a semana para ter o trabalho estragado por uma arbitragem questionável, dizia ter sido ridicularizado em campo pelos demais, deprimia-se um pouco por estar à beira da aposentadoria com o seu Vasco de tantas taças nessa situação de rebaixável. No entanto, elogiava o apoio fiel da torcida, emocionado com ela. Juntos, ambos tiveram dias bem melhores. Há quem qualifique o evento como autopromocional. Este redator discorda. Edmundo sujeitou-se à humilhação de ir para baixo do arco, onde provavelmente faria figura patética, quando poderia facilmente passar a responsabilidade adiante sem ser questionado. Tão carente de ídolos reais nesses últimos tempos, o futebol brasileiro viu, nesta noite de quinta-feira, Edmundo aceitar o risco com grandeza. E chorar com sinceridade.
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