Ontem sim. O Internacional venceu pela primeira vez fora de casa neste Campeonato Brasileiro – com inteligência. Aproveitou-se das muitas deficiências de um Fluminense ainda perdido mesmo tanto tempo após a Libertadores, converteu um gol cedo e depois ficou aguardando a resposta dos locais. Marcando por pressão, conseguiu recuperar facilmente o controle da bola para fazer repetidos contra-ataques que construiriam um placar amplo se mantido o ímpeto: aos 27 minutos, o resultado já estava em 0-2 para os gaúchos, dois gols de Nilmar.
Deixando escapar algumas situações de gol sensacionais, como na chance perdida por Somália após driblar Clemer aos 44, o Flu tinha problemas para brincar no gramado do Maracanã. Sem razão, ainda reclamava supostos pênaltis. Estava, na verdade, retratando sua incompetência de penúltimo colocado diante de adversários bem postados e mais qualificados. Seu gol, que veio a vinte minutos do fim do confronto, foi achado, no melhor uso do verbo: uma bola cruzada, batida e rebatida na área do Inter, indo ao fundo das redes após desviar num infeliz Índio (e num sortudo Somália, mas nenhum jogador dos cariocas merecia ter um gol na sua conta ontem).
Após o 1-2, os colorados fizeram a opção de esperar o tempo correr e se defender, trabalho concluído com sucesso. Na construção do placar e na manutenção dele, finalmente a anunciada maior qualidade do Inter foi usada a seu favor na obtenção de um bom resultado como visitante. A primeira vitória fora veio após a primeira derrota em casa, e isso impede maiores avanços na classificação, mas o resultado de ontem teve importância, antes dos três pontos, por tirar um fardo das costas da equipe. Já traçado, o plano de vôo para ascender no segundo turno agora tem um exemplo de como poderá ser seguido.
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Também ontem:
Goiás 4-0 Portuguesa: a Lusa joga a vida contra os grandes times deste Brasileirão, obtendo resultados dignos (derrotas magras, empatezinhos, raras vitórias), mas costuma fracassar miseravelmente contra os adversários mais fracos. Depois de levar 4-1 do Ipatinga, que é o Ipatinga, cai outra vez sofrendo quatro tentos para uma equipe de baixo nível, encerrando o sábado com a pior defesa do campeonato (36 gols sofridos em 17 rodadas) e perigosamente próxima do rebaixamento, em 14º lugar, com 19 pontos. O Goiás superou a própria Portuguesa, indo a 20 unidades e, por ora, aparecendo na 12ª colocação.
Náutico 1-2 Figueirense: em 2007, o Náutico iniciou o Campeonato Brasileiro cotadíssimo para o rebaixamento, apareceu por longas jornadas na parte perigosa da tabela, e então, liderado por Acosta*, proporcionou uma belíssima recuperação, mantendo-se na elite. Em 2008, o Timbu começou o Brasileirão surpreendendo, chegou a ser primeiro colocado, e pensou ser capaz de ficar perto do G4 da Libertadores. Vai fazendo o contrário de um ano atrás: ontem, apesar de jogar com um a mais durante todo o segundo tempo, não conseguiu evitar o sétimo jogo consecutivo sem vitória. Os pernambucanos baixam para o 15º lugar, apenas um ponto acima do rebaixamento, e têm grandes possibilidades de ingressar na zona da morte neste domingo. O Figueira segura a barra no meio da tabela: fechou o dia em 9º lugar.
* Como o Náutico que ajudou a salvar, Acosta também viveu um sábado ruim, fraturando a tíbia no Corinthians 0-0 Criciúma pela Série B. Contusão que o fará perder o resto da temporada...
Um comentário:
Acho que o pessoal do Fluminense não leu o regulamento direito, ou então ninguém entendeu que ponto se ganha apenas com os resultados favoráveis. É um tal de perder jogo que deixaria o mais ilustre torcedor do Ibis satisfeito.
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