sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Terceira opção

Foi bom, o Gre-Nal. Mais aberto e bem jogado que a imensa maioria dos clássicos atuais, onde a pelota não permanece em jogo por mais de um minuto, tamanha a truncação. Não que eu não goste do modelo tradicional do nosso derby, mas ao jogo, enfim.

Precisando desesperadamente da classificação na desprezada Sul-Americana, o Inter foi levemente melhor no primeiro tempo. Superioridade, porém, que nem de longe foi suficiente para uma vantagem nos quarentecinco iniciais. O banguzinho tricolor, salvo dribles iluminados do reserva (!) Souza e de um ou outro lampejo de Orteman, também não foi autor de grandes coisas. Gaciba, o árbitro, gritava demais, gesticulava demais, apitava demais, mas até ele melhorou.

Após prováveis esporros de Roth e Tite (ok, deste talvez não), Grêmio e Internacional voltaram mais lúcidos dos vestiários do Olímpico. Logo aos dois minutos, Nilmar, que desperdiçou dúzias de chances na primeira etapa, encobriu com sutileza Marcelo Grohe e decretou 0-1 no placar. Golaço do atacante que, vendido ou não, é tudo que o Inter tem no ataque. Obrigado mais pela torcida do que exatamente por interesse, os tricolores atacavam com certo perigo até Daniel Carvalho, em sua primeira participação, achar Índio solto na área. 2-0 e confronto liquidado.

Ao Grêmio, cabiam neste momento algumas opções. A primeira e mais óbvia seria distribuir pancadas em alguns dos reforços milionários dos vermelhos. Souza provavelmente assinalou esta, já que segundos depois do segundo tento rachou o alegre D'Alessandro. Outra, discutível mas de fácil entendimento, seria impedir uma distante goleada e ignorar a tal da Copa Sul-Americana nos seus últimos instantes. E a mais improvável, buscar uma virada, pois só um 3-2 classificaria o Grêmio.

Honrosamente, os da Azenha escolheram a terceira. O tricolor encurralou os onze colorados no campo de defesa, manejou o esférico com empolgação e parecia crer que os gols sairiam. Perea, um dos poucos titulares no banco de suplentes, entrou e deixou o seu. Corte seco em Índio e forte finalização, 1-2. Já eram trinta e oito do segundo tempo, mas o Olímpico implorava: tudo pra frente! E esperançoso e persistente, o banguzinho apertou mais ainda. Soares, que clamou por uma chance a Roth, empatou aos quarenta e três, chutando forte e vendo Clemer mergulhar nos cordões: 2-2. Para mais, não havia tempo.

Quando Gaciba apitou pela última vez, as duas torcidas comemoraram, mesmo que sem plena satisfação. O Inter estava classificado, mas entregou uma vitória no apagar das luzes e viu seu treinador complicar a equipe novamente. O Grêmio estava eliminado da competição que não fez questão alguma de jogar, talvez só isso bastaria para uns. Mas empatou um clássico em dez minutos com os reservas e não perdeu moral para a disputa do título Brasileiro. Válida terceira opção, então.

Foto: Clic RBS

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