Antes do jogo de ontem, muitos gremistas assinariam por “empatar sem jogar” na Ilha do Retiro, considerando a fraqueza do time. Hoje alguns desmentem, dizem que não era bem assim, confiavam sim no time e o 2-2 poderia ter sido vitória se Celso Roth não atrapalhasse (sempre sobra para ele). Os desmentidos são falsos. Havia os que acreditavam, mas numa proporção bem menor do que a vista nas ruas nesta quinta-feira. Considerável parte dos gremistas estava com a alma preparada para uma derrota.
E aí o Grêmio vai lá e faz um primeiro tempo igualado com o Sport. Estava longe de jogar bem, que jogar bem tem sido tema alienígena para o Grêmio, mas era suficiente para ver um leão menos feio do que o contado na história, um leão de dentes menos afiados e fome saciada após encher a barriga com a Copa do Brasil. Viu-se que o tricolor poderia vencer.
No segundo tempo, por duas vezes, o tricolor pôde vencer. Num golaço de William Magrão, 0-1 aos 52 minutos, na seqüência de um corta-luz de Marcel. Mais tarde, numa jogada de raça do mesmo Marcel, cruzando pelota perdida para desvio de cabeça de Rodrigo Mendes, sem ângulo, desviando do goleiro, acertando a trave e convertendo, de modo impossível, o 1-2 possível. 63 minutos àquela altura.
Dizem que a partir daí “o Grêmio virou time pequeno, ao modo de Roth”. Roth não merece defesa por erros passados e insistências em jogadores desnecessários nas escalações, tampouco merece a perseguição à sua imagem que bota méritos recentes no olvido, mas merece ser eximido da culpa pela entregada de ontem. O crescimento dos locais não foi pelo apequenamento tricolor: o Grêmio, na verdade, recuou por relaxar. A maior prova foi, nas duas vezes em que sofreu o empate, ambas em erros de marcação do até-agora-infalível-no-ano Pereira, ter ido para cima – partiria ao ataque um time pequeno com o empate garantido fora de casa?
Claro, ficou a imagem dos dois gols inacreditavelmente perdidos pelos pernambucanos nos acréscimos – “veja o cercamento que sofreu o Grêmio”. Mas essa última impressão é equivocada. O Sport não fez mais que os gaúchos na partida. Aproveitou-se do acomodamento dos visitantes. E empatou pelos pés do malvado Durval, autor dos dois gols (o segundo foi de Pereira contra, mas quem se importa? Ele estava lá). Durval, o cara que derrubou o Inter da Copa do Brasil e recebeu saudações gremistas por isso (foto), voltou-se ontem também contra a parte de três cores do Rio Grande.
* * *
A noite na A:
Botafogo 4-0 Ipatinga (normal)
Portuguesa 3-2 Náutico (lamentável derrota pernambucana levando dois gols nos dez minutos finais, depois de abrir 0-2; credencia-se a cavalo paraguaio, o Timbu)
Figueirense 3-0 Santos (os resultados prometidos na Vila Belmiro não vêm mesmo. O Cuca irá? Com trocadilho infame incluído)
Vitória 1-3 São Paulo (o atual bicampeão brasileiro sobe e já leva temor aos que estão na frente)
Cruzeiro 1-0 Atlético/PR (gol aos 85 minutos e mais pontos salvos pelo Cruzeiro contra um Atlético no finzinho)
Palmeiras 3-1 Fluminense (“grande time do futebol brasileiro em 2008”, o tal Palmeiras faz o mínimo que se esperava dele e ingressa no G4 da América)
Nenhum comentário:
Postar um comentário