Boa parte das análises da partida anterior, o 0-1 tcheco sobre a Suíça, afirmava: o resultado foi uma injustiça, os suíços atacaram mais, mereciam ao menos um ponto. É questionável. A Suíça atacou mais, claro, mas fez uma pressão sem perigo: resumia-se a chuveirinhos, lançamentos infrutíferos, cobranças de falta esporádicas. De que adianta um domínio apenas no volume, sem provocar desespero nos oponentes ou estar de fato próxima de marcar um gol? Lance, mesmo, só uma bola na trave. E, se for pra considerar jogada importante, a República Tcheca também teve a sua, e transformou em gol. É, talvez não tenha sido tão injusto.
Injustiça, aí sim, seria Portugal perder o segundo jogo da rodada, esse contra Turquia. Porque o time de Felipão massacrou a Turquia. O jogo em si não foi dos melhores, por momentos parecia ser mais interessante acompanhar a Série B – em que, no Corinthians e Barueri, por enquanto em 4-1 para o Timão, os gols saíram aos montes. Durante longo tempo, a contagem se manteve em zero a zero, incerta e mutável ao sabor de um pequeno domínio por alguns minutos. No entanto, ao contrário da fracassada Suíça de horas antes, Portugal era incisivo. No primeiro tempo, teve sete escanteios contra dois dos turcos, e não parou nas bolas paradas. Fez um gol, com Pepe, anulado em lance difícil da arbitragem; depois, acertou um pelotaço na trave com Cristiano Ronaldo – não seria o único: na etapa complementar, Nuno Gomes acertou o poste mais duas vezes.
Ali sim havia pressão, havia temor por parte dos adversários. E ali havia justiça para se obter uma vitória. Portugal não foi uma Suíça. Nem no nível de sua criação, muito menos no resultado. Venceu. Pepe fez 1-0 aos 62 minutos, em grande jogada pelo meio da zaga oponente, trocando passes e surgindo frente à meta adversária para chutar, contar com desvio do marcador, e superar o goleiro. A conclusão do triunfo veio nos acréscimos, aos 90+3, em grande contra-ataque puxado por Cristiano Ronaldo, continuado com passe para João Moutinho que, driblando o marcador num giro, tocou no lado direito da área – Raul Meireles surgiu, venceu Volkan, e mandou ao fundo das redes o tento dos 2-0. Com mérito realmente inquestionável, os lusos atingiram a liderança da chave.
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