sexta-feira, 13 de junho de 2008

E não se entregou

O próprio blog já reservou algumas linhas ao Riograndense de Santa Maria, tempos atrás. E este periquito, após anos afastado do futebol, segue teimando em manter a tradição viva nos gramados do Rio Grande do Sul. No início dos anos 2000, o departamento de futebol voltou a ativa com a disputa da extinta terceira divisão estadual. O acesso veio em 2003, e desde então o Riograndense batalha na tradicionalíssima segundona.

As primeiras temporadas em que o rubro-esmeraldino participou sem a estrutura adequada foram desastrosas, porém não surpreendentes. As carências do vice-campeão de 1921 estavam explícitas: o Riograndense não tinha condições de suportar o futebol profissional. Pouco a pouco, a casa se arrumava. O histórico estádio dos Eucaliptos foi remodelado, o clube negociou com patrocinadores valorizados e finalmente um elenco competitivo armou-se no início de 2008.

A comunidade voltou a prestigiar, como não poderia deixar de ocorrer, e com a volta de confrontos mais aguardados, o Eucaliptos lotou como há anos não se via. O grupo de jogadores mostrou cumplicidade com a camiseta e boas surpresas apareceram, como o habilidoso atacante Rudimar, o já conhecido mas antes contestado meia Márcio Machado, o zagueiro Alex e o técnico Bebeto Rosa, responsável pelo acesso do Inter-SM em 2007. O Riograndense avançava na competição e chegou forte na fase de qualificação para o octogonal final.

No chamado Grupo 6, o periquito se impôs a equipes mais fortes e bem preparadas, como Pelotas, São Paulo e Avenida. A classificação estava praticamente assegurada quando tudo desmoronou, e o sonho - todos diziam - chegara ao fim. A Federação Gaúcha de Futebol retirou seis pontos dos santamarienses pela supostamente irregular escalação do volante André Tereza, além de mil reais em multa. A tranquilidade vista anteriormente acabara, e a classificação era remota ou mais do que isso.

Para surpresa geral dos gaúchos, um dos favorecidos com a perda dos pontos foi o Pelotas, quadro de uma cidade sem influência na Federação e que de costume, não é beneficiada pelas contestadas ações vindas de Porto Alegre. Ironias a parte, o Riograndese, mesmo impotente, não abandonou a batalha, e entrou em campo com imensa valentia diante do Avenida, em casa. A vitória suada chegou, e pôde ser retratada na atitude que demonstrou o próprio André Tereza, o responsável pela polêmica: o volante se recusou a deixar o campo após um corte na cabeça e seguiu correndo com uma proteção ensanguentada. Os resultados paralelos, o acaso, o destino, enfim, fatores em que a Federação não interfere, após uma reviravolta nos placares, acabaram ajudando e o Riograndense se manteve na zona de classificação.

No sábado, às 15 horas, em Pelotas, os ferroviários decidem o futuro na segundona. A vitória sobre um Farroupilha eliminado mas empolgado por fatores externos garante o clube na fase final da competição, de forma absurdamente copera. Caso os três pontos não apareçam, novamente os confrontos alheios definirão a sorte - que merece ser enorme para quem foi vitorioso nos gramados e só caiu nos tribunais.

2 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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