“O débito com a torcida ainda é muito grande”, disse o treinador Celso Roth, após o jogo de ontem no qual, enfim, seu Grêmio não perdeu. Antes da partida, a dívida era milionária, por assim dizer, e os juros vinham sob a forma de desconfiança. Mas a maioria que prognosticava derrota errou. Quebraram-se os que torciam por um fracasso e pela queda de Roth. No Morumbi, deu o inesperado, e foi justo.
O São Paulo entrou em campo com uma formação mista, pouco desfalcada, é verdade, mas sua fraqueza em relação ao time da Libertadores estava mais na vontade do que nos nomes. Faltava atitude ao time paulista para a estréia no Brasileirão. O futebol era sonolento. Amarrado, ainda, pela bem armada defesa do Grêmio, veria suas chances reduzidas a escassos lances de bola parada. Muito pouco.
Do outro lado, sobrava motivação aos gaúchos. Foi para começar a zerar a conta com os aficionados que o Grêmio entrou determinado, centrado. Qualidade extraordinária inexistiu, o time jogou na base da contenção, do futebol seguro, sem maiores ousadias. Não queria um jogo bonito, queria resultado. Se o São Paulo criava pouco, o mesmo poderia ser dito dos visitantes.
Os tricolores gaúchos, porém, tinham uma alteração básica no espírito em relação ao visto em 2007: não se apequenaram por jogar fora de casa. Contra um juiz invertendo faltas em profusão e que chegou a lhe negar um pênalti, o Grêmio não teve medo por jogar longe de Porto Alegre e tampouco se contentou em manter o zero a zero do alívio.
Continuou a ir para cima. No quinto minuto da etapa final, uma falta ao lado da área, cavada por Roger. Paulo Sérgio cruza para Pereira – o “líbero” de Roth, que ontem funcionou bem – subir em meio à parada defesa são-paulina e anotar o gol da noite. Extáticos, os poucos gremistas presentes no Morumbi, já cantando mais alto que os locais até ali, passaram a dominar o estádio adversário. Das arquibancadas, percebiam o reflexo dos seus gritos em cada chutão para o mato desferido com vistas de manter o resultado.
Em campo, não houve mais, mesmo que o São Paulo tenha tentado muito, no fim. O 0-1 bastou para mudar radicalmente a visão de uns, confundir outros, fazer a poeira baixar um pouco pelos lados do Olímpico. Sem derrota, com garra e três pontos, o Grêmio começou a saldar a dívida que construiu nos meses passados.
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Outros resultados do sábado de abertura da Série A:
Náutico 2-1 Goiás – Como em 2007, o destino do Goiás parece ser brigar contra o descenso no Campeonato Brasileiro. Os esmeraldinos saíram perdendo com um gol de Geraldo aos dois minutos, empataram ainda no primeiro tempo, mas sucumbiram com um pênalti, convertido, outra vez, por Geraldo. A noite era dele.
Vitória 0-2 Cruzeiro – Triunfo esperado de um Cruzeiro cujo time poderia tranqüilamente estar ainda na disputa da América, não fosse o fatídico cruzamento contra o Boca Juniors. Mesmo a expulsão de Marcelo Moreno e o sufoco no fim da partida acabaram sendo contornados pela equipe que começou o Brasileirão entre os favoritos e, ao menos ontem, confirmou a condição. Estreando após retornar à elite, o Vitória teve apenas uma amostra daquilo que encontrará nos melhores times da Série A.
Um comentário:
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