Não há, no futebol moderno, um 10 como Riquelme. Nada de Cristiano Ronaldo, Fabregas, Ronaldinho. Para os admiradores do futebol brilhante, genial, plástico mas sempre objetivo, ninguém supera hoje a técnica, as assistências e a visão de Román.
O meia que já vestiu o azul boquense por quase duzentas oportunidades foi novamente decisivo na Copa Libertadores. Quem viu o confronto pode ter até se assustado. Riquelme, que já foi acusado de se omitir, passou largos minutos do duelo com a pelotas nos pés. Disparou dezenas de passes, poucos deles simples. Lançou, armou, buscou Palermo em condições do arremate e não errou. Se Román passou cem vezes, não errou mais de três. Uma enormidade.
Juan, que já foi lembrado para a votação de jogador do mundo da FIFA atuando na América do Sul - um feito - foi o autor dos dois gols argentinos do empate de anoche, no Cilindro do Racing Club. No primeiro, aparecendo na grande área para finalizar com precisão. O segundo veio em uma falta central, que quando marcada já desesperou meia massa pó de arroz.
Riquelme tardou demais para mandar o esférico para os cordões, o destino de grande parte de suas cobranças. Reclamou um absurdo da barreira, e viu como resultado dois amarelos para os visitantes e um para si. Longos minutos depois, o chute. Leve desvio, ângulo, gol. Marrento demais durante a espera e gênio após o tento, para os comentaristas brasileiros.
Como vinte e nove anos e na terceira passagem pelo Boca, não falta mais nada para Riquelme estar entre os gigantes do futebol argentino. Se na Europa não se viu o seu jogo, pouco ou nada importa. Para os aficcionados do Boca, aliás, o fato é comemorado.
Os xeneizes estão entre os privilegiados torcedores que podem admirar um gênio vestir a jaqueta do clube do coração, raridade imensa nestes tempos. Enquanto ouve que é pecho frío, omisso, sonolento, Juan Román Riquelme joga, encanta e leva o seu poderoso Boca Juniors a uma imensidão de títulos.
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