“A melhor defesa é o ataque”, diz a máxima. Hoje, no City of Manchester, pela decisão da Copa da UEFA, foi. Sobre a retranca do Rangers, cinco gols feitos e apenas dois sofridos em oito partidas até a final, levantou-se o futebol ofensivo, aberto, rápido do Zenit São Petersburgo. Um estilo de jogo capaz de engolir os adversários mais largados ao ataque, como comprovaram Bayer Leverkusen e Bayern München, goleados nas fases anteriores, e suficientemente incisivo para, também, destruir a mais sólida muralha que um adversário pensara em construir, como se viu nesta quarta-feira.
Desde o início, o contraste entre o ataque total de Dick Advocaat e o retrancão escocês ficou evidente. Mesmo jogando praticamente em casa, com ampla maioria do público ao seu lado pela torcida que se deslocou à vizinha Inglaterra, os de Glasgow pouco passavam do meio de campo, e suas chances de gol pareciam mais paridas do que criadas. Não havia fluência no seu jogo. O Zenit se aproveitava disso, sabia que o oponente era entusiasta da destruição, e martelou a meta várias vezes. Sem sucesso. No primeiro tempo, a defesa prevaleceu.
Mas a melhor defesa não era, afinal, a defesa. Não foi por se jogar ao ataque que os de São Petersburgo tiveram mais problemas atrás. Estava clara a falta de qualidade do Rangers: seu esquema, sua tática, eram sim respeitáveis, todo o estilo de jogo é válido e criticar o defensivismo é para os fracos que não conseguem furar retrancas, mas não se pode optar por dar chutões a todos os lados e abdicar do ataque se falta, também, a criação de contragolpes. E nem contra-ataques restavam aos escoceses. Era difícil o jogo ter outro desfecho – a derrota, a menos que o juiz, uma bola parada improvável ou a vontade dos deuses do futebol intervissem, era inevitável.
Então veio o lateral mal arremessado pelo Glasgow Rangers, diante de um representante russo que chegava para dividir. O Zenit ganha a bola sem ganhá-la, faz ela quicar, tenta dominar pelo alto, a jogada se torna confusa. Denisov pega a redonda, rola para Arshavin, infiltra-se pelo meio da retranca às vésperas do esmigalhamento e pede o passe de retorno. Recebe. Fuzila. Aos 72 minutos, Zenit 1-0.
Construído defensivamente e tendo sucesso até ali, o time da Escócia não soube como sair de seu campo. Parecia esperar um zero a zero, como que despreparado para um fato novo, um gol contra. Três minutos depois de levar o primeiro, assistiu a Zyrianov acertar a trave. Via-se morto, e assim quedou. Já não se ouvia com a mesma força os cânticos dos protestantes, os torcedores do Rangers, e sobre o gramado também faltava a capacidade de mandar às favas sua doutrina futebolística, atacando sem dó – nem o desespero pôde proporcionar isso! Nos acréscimos, após centro de Tekke, coube ao próprio Zyrianov adentrar pelo meio da zaga adversária e, praticamente livre na pequena área – humilhação suprema para um retranqueiro –, empurrar o esférico para a meta vazia.
Dois a zero e o Zenit de São Petersburgo é o campeão da Copa da UEFA de 2008, coroando uma campanha de dezessete jogos e classificações sobre adversários renomados. A taça escolheu o lado daquele mais preocupado em buscá-la, através dos gols. Escolheu quem atacou.
Desde o início, o contraste entre o ataque total de Dick Advocaat e o retrancão escocês ficou evidente. Mesmo jogando praticamente em casa, com ampla maioria do público ao seu lado pela torcida que se deslocou à vizinha Inglaterra, os de Glasgow pouco passavam do meio de campo, e suas chances de gol pareciam mais paridas do que criadas. Não havia fluência no seu jogo. O Zenit se aproveitava disso, sabia que o oponente era entusiasta da destruição, e martelou a meta várias vezes. Sem sucesso. No primeiro tempo, a defesa prevaleceu.
Mas a melhor defesa não era, afinal, a defesa. Não foi por se jogar ao ataque que os de São Petersburgo tiveram mais problemas atrás. Estava clara a falta de qualidade do Rangers: seu esquema, sua tática, eram sim respeitáveis, todo o estilo de jogo é válido e criticar o defensivismo é para os fracos que não conseguem furar retrancas, mas não se pode optar por dar chutões a todos os lados e abdicar do ataque se falta, também, a criação de contragolpes. E nem contra-ataques restavam aos escoceses. Era difícil o jogo ter outro desfecho – a derrota, a menos que o juiz, uma bola parada improvável ou a vontade dos deuses do futebol intervissem, era inevitável.
Então veio o lateral mal arremessado pelo Glasgow Rangers, diante de um representante russo que chegava para dividir. O Zenit ganha a bola sem ganhá-la, faz ela quicar, tenta dominar pelo alto, a jogada se torna confusa. Denisov pega a redonda, rola para Arshavin, infiltra-se pelo meio da retranca às vésperas do esmigalhamento e pede o passe de retorno. Recebe. Fuzila. Aos 72 minutos, Zenit 1-0.
Construído defensivamente e tendo sucesso até ali, o time da Escócia não soube como sair de seu campo. Parecia esperar um zero a zero, como que despreparado para um fato novo, um gol contra. Três minutos depois de levar o primeiro, assistiu a Zyrianov acertar a trave. Via-se morto, e assim quedou. Já não se ouvia com a mesma força os cânticos dos protestantes, os torcedores do Rangers, e sobre o gramado também faltava a capacidade de mandar às favas sua doutrina futebolística, atacando sem dó – nem o desespero pôde proporcionar isso! Nos acréscimos, após centro de Tekke, coube ao próprio Zyrianov adentrar pelo meio da zaga adversária e, praticamente livre na pequena área – humilhação suprema para um retranqueiro –, empurrar o esférico para a meta vazia.
Dois a zero e o Zenit de São Petersburgo é o campeão da Copa da UEFA de 2008, coroando uma campanha de dezessete jogos e classificações sobre adversários renomados. A taça escolheu o lado daquele mais preocupado em buscá-la, através dos gols. Escolheu quem atacou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário