sexta-feira, 23 de maio de 2008

Libertadores no feriado

Raça insuficiente
A partida beirou o patético. Os jogadores tropeçavam no chão, as tramas simplesmente não saíam, e as duas equipes – especialmente a LDU, em casa e superior pelas circunstâncias – tinham suas chances esfarrapadas a cada bizarrice ofensiva, e houve várias delas. Mesmo assim, esteve presente a garra de um Cuervo que já se classificara ao heróico diante do River: em inferioridade numérica desde os 30 minutos de jogo, quando Juan Torres foi expulso, tendo no arqueiro-frangueiro Orión seu maior inimigo, sofrendo com a altitude e a pressão da torcida local, o San Lorenzo permaneceu inabalável; saiu perdendo, reergueu-se e, no início do segundo tempo, buscou o empate. O 1-1 levou para os pênaltis. Ao apito final, houve comemoração argentina e lamentos dos equatorianos que se recusavam a acreditar no desperdício da oportunidade para passar de fase no tempo normal. Desde os onze metros, porém, a Liga de Quito teve melhor sorte e triunfou por 5-3. Depois de 32 anos, sobre um oponente ao qual a raça se mostrou insuficiente, a LDU volta a umas semifinais da América.

O gol que faltou
Em 2007, ao chegar nas semifinais da Libertadores e se deparar com o Grêmio, o Santos perdeu fora de casa por 2-0, precisando de uma remontada grandiosa na Vila Belmiro para passar de fase – fez 3-1 e caiu, dolorosamente, pelo gol qualificado. Daquela vez, faltou um tento. Ontem, também. Contra o América do México, não por semis, mas quartas-de-final, também se carregava uma derrota de 2-0 sofrida fora de casa e uma complicação para reverter o resultado. Memo Ochoa brilhou, Kléber Pereira só foi balançar as redes aos 63 minutos, e o segundo tento, que levaria aos pênaltis, acabou não vindo. Para o Santos manter o sonho de passar de fase, faltou um gol. E não foi o da quinta-feira – tivesse valido aquele tento mal anulado de Kléber Pereira no Azteca e o placar de ontem bastaria para a classificação. Só que não valeu. E quem passou, navegando pelo mar de lágrimas do time brasileiro, foi o América. Confirmou-se assim uma semifinal da surpresa, entre os mexicanos e a LDU, e outra que todos imaginam ser a indicadora do campeão: Fluminense e Boca Juniors, um Davi contra Golias no que tange à relevância continental de cada clube.

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