sábado, 10 de maio de 2008

Jeff Ghiggia

O lance foi diferente. Ontem, na Vila Capanema, pela abertura da Série B 2008, havia menos ângulo para que a jogada do Avaí terminasse em gol, quando comparada àquela de Ghiggia, a que calou o Maracanã nos 1-2 uruguaios de 1950. Mas o erro do goleiro foi igual, ontem e cinqüenta e oito anos atrás: antecipar o cruzamento.

Sair da meta para resguardar a área e abrir um ínfimo espaço entre seu corpo e a trave – um lance feito por qualquer experimentado nas desventuras de ser um keeper. E a chance de ouro para algum oportunista surpreender, mirar o lado oposto, e alterar sua jogada. Não há cruzamento, mas sim chute para o gol. No único espaço entre o corpo do goleiro e a trave. É difícil entrar, mas a surpresa consegue, vez por outra, fazer milagres. Ontem, fez.

Jeff Silva avançou pela esquerda de ataque do Avaí, nas costas de Pimpão, o ursinho camisa 2 do Paraná. Foi para a área, com pouco espaço para tentar bater em gol. Cruzaria. Fabiano Heves, o goleiro, manteve o pensamento no óbvio, saindo para proteger o quadrilátero. Mas Jeff Silva, o Ghiggia da noite, optou pelo chute. E teve prêmio: 0-1 Avaí.



Eram apenas sete minutos, houve um jogo inteiro pela frente. Mas, como no Brasil 1-2 Uruguai, todo o tempo seguinte foi inútil. O placar não se alterou, e o gol surpreendente serviu para dar os primeiros três pontos ao time de Florianópolis na temporada da segunda divisão nacional. Em 1950, Ghiggia calou um Maracanã. Ontem, Jeff Silva só fez a torcida do Paraná gritar mais alto – Queremos jogador!

***

Além de Paraná 0-1 Avaí, a jornada de abertura da B teve outros três jogos na sexta:

Brasiliense 2-2 Marília
Bragantino 1-0 Santo André
Barueri 2-0 Gama

Nenhum comentário: