Limitada pela capacidade máxima do estádio, a estimativa de público parava nos 90 mil espectadores. Quem esteve no Azadi (foto) saiu de lá com outro número: 110 mil pessoas teriam se dirigido à parte ocidental de Teerã para superlotar as arquibancadas. Não era para menos: o sábado reservou uma última rodada de luxo para o Campeonato Iraniano, fazendo o Persépolis, segundo colocado, e o Sepahan, líder, jogarem entre si pelo título.
Seria o dia para dar fim a um equilíbrio quase total mantido durante as 33 longas jornadas anteriores. Com 6 pontos descontados pela FIFA por desacertos contratuais, o Persépolis (também conhecido por Piroozi – vitória, em persa) chegava ao Azadi com 56 unidades válidas, precisando derrotar o adversário que, se contava 58 pontos, também tivera a pontuação reduzida de 3, como punição pelos incidentes ocorridos no próprio confronto entre os dois times no primeiro turno, em 31 de dezembro.
Disputada, com um crescente domínio do Persépolis para quem apenas um resultado servia, a partida avançou com o 1-1 interessante aos planos dos visitantes. Até o fim, ou quase isso. Por algum motivo justificável ou não, a critério de quem viu o jogo, o árbitro deu incríveis sete minutos de acréscimo. E, neles, apareceu a glória do Azadi lotado. Aos 90+6 minutos, no que imaginavam ser o último lance ofensivo da temporada, o time da casa e as mais de cem mil vozes que o acompanhavam se prepararam para a cobrança de falta que valia a taça.
Um desastre, a cobrança. Mas ao tiro na barreira, somou-se um rebote, uma bola dominada na área, uma derradeira tentativa de cruzamento. Com o balão no ar mais uma vez, viu-se então Sepehr Heidari subir para desviar com um testaço – cabeçada ruim, completamente errada, mas exatamente por isso dotada do efeito necessário para enganar o goleiro. Aos 90+6 minutos, o gol. O título. Pela oitava vez na história, o Piroozi, maior vencedor do país, erguia o troféu do campeonato – de uma liga atípica, com “final”.
Trazido à tona no genial Café Fútbol.
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