De um lado, o semi-amador campeão da nada qualificada Oceania. Do outro, um time que nem campeão do seu continente era. Confronto de várzea que o Estádio Nacional de Tóquio foi forçado a receber.
Com jeito de pelada de fim de semana, o jogo entre teóricas "grandes equipes do futebol internacional" começou confirmando as expectativas: o neozelandês Waitakere United seria massacrado com uma goleada retumbante. Eram apenas quatro minutos e o Sepahan, do Irã, já aplicava 2-0 nos oponentes, dois gols de Emad Mohammed. Uma máquina.
Máquina obsoleta e enferrujada. Os iranianos apresentavam um futebol por vezes beirando o tosco e mesmo assim davam um baile. A goleada não veio no primeiro tempo por mera falta de vontade. O jogo, embora ruim, ainda guardava resquícios de futebol. Não se veria mais isso nos 45 minutos finais.
Mal havia começado a etapa complementar e o impronunciável Abdul Wahab Abu Al Hail resolveu arriscar um chutinho da intermediária. Bola tranqüila, mas não para o goleiro (?) Simon Eaddy. Deixando a bola escapar por entre os seus braços depois de tentar encaixá-la, levou um frango amadorístico. 3-0. Virou comédia. O lance bizarro da noite japonesa, porém, ainda estava por vir. Eram 74 minutos de confronto quando o Waitakere teve a grande chance de sua curta passagem no Mundial: fazer um gol! Sim, um gol, todo ele para o clube da Oceania. Inteirinho.
Darren Bazeley foi o encarregado de cobrar uma falta próxima à área, levantando a bola. Do cruzamento, veio, já na cara do gol, um desvio de barriga por conta do defensor Hadi Aghily. Outra vez, como no terceiro gol do Sepahan, a pelota sobrava para simples defesa do arqueiro, que agora era Mohammad Savari. Entretanto, acuado com a presença de um atacante à sua frente, Savari perdeu a segurança necessária para agarrar a redonda. Com ela entre as mãos, acabou se virando contra a própria meta enquanto caía. Depois, concluiu a estranha jogada soltando a bola a caminho de suas redes, num espetacular gol contra. Placar descontado para 3-1 e feito digno de feriado nacional na Nova Zelândia.
Parecia várzea, mas era o Mundial de Clubes. O Sepahan se classificou para enfrentar o Urawa, mas é um time sem futuro. Um figurante, como foi o Waitakere. Saudoso das décadas em que recebeu os melhores times do planeta vindos de Europa e América do Sul, foi isso que o Nacional de Tóquio teve de presenciar, com um público que sequer chegou aos 25 mil pagantes.
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