Num certo sábado de novembro do ano passado, o último daquele mês, o Coritiba enfrentava, por uma certa rodada da Série B, a última daquela temporada, o Santa Cruz, em Recife. Não era uma tarde de Arruda lotado, como o costume dizia ser comum nas jornadas pernambucanas. O Santa estava rebaixado, o Coritiba tinha o título nas mãos, pouco havia de interessante naquele confronto.
Mas, em Jundiaí, o concorrente ao título Ipatinga aplicava um improvável 2-5 no Paulista local. Em Recife, expulsões e um gol aos 80 minutos faziam a virada da morta Cobra Coral. A rodada meramente cumpridora de tabela se desenhava num pesadelo terrível para os torcedores do Coxa. Estragava a aura do acesso, acabava com o título ganho: o Ipatinga ia ao primeiro lugar. Aí, a loucura. Aos 87 minutos, o empate. Aos 90+2, no desespero, na bola desviada, rebatida, empurrada mais na raiva que no jeito, a remontada. 2-3 Coritiba. Gol de Henrique Dias. Henrique do título no último segundo, do sonho reconstruído.
Num certo domingo de 2008, ontem, em meio à hostil Arena da Baixada do rival Atlético Paranaense, o Coritiba levava 2-0. Aparentemente ganho após triunfo pelo mesmo placar, em casa, na semana anterior, o título estadual do Coxa queria se esfarelar. Tudo parecia conspirar em contrário, como naquela tarde de novembro, quando o desastre esteve a segundos de provocar lágrimas sentidas. Aí, a loucura. Um certo herói sai do banco no intervalo, enxerga num chutão a possibilidade de balançar as redes e, de cabeça, vence o arqueiro adversário para meter o salvador 2-1. Aos 64 minutos, o gol do título. O gol de Henrique Dias. Henrique das taças. Henrique Deus.
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