Quarenta e seis jogos, dezoito deles vencidos, nove empatados, mas a maior parte deles - dezenove - com derrotas. A fraca estatística era o saldo, até a partida desta quarta-feira, da temporada do Valencia. Um 2007/08 desastroso, em que o presidente deixou o clube, o treinador teve a cabeça sucessivamente pedida pelos torcedores, e os resultados têm insistido em não vir. Não vieram na Liga, onde o clube sofre ameaça de rebaixamento, não vieram na Champions League, em que os valencianistas foram eliminados na fase inicial. Mas vieram na Copa do Rei.
Hoje, ter mais vitórias que derrotas na temporada era indiferente ao Valencia. O único histórico de resultados interessante aos torcedores apontava: oito jogos, seis vitórias, um empate, uma derrota. Era essa a campanha gloriosa na Copa do Rei. Era só isso que importava numa noite de Copa do Rei. Numa final. E foi o Valencia dessas estatísticas quem entrou em campo na decisão desta quarta-feira, no Vicente Calderón. O Valencia da Copa do Rei, que eliminou Betis, Atlético de Madrid e Barcelona. Esse Valencia. Jamais aquele da Liga, para o qual até o lanterna (e rival citadino) Levante se converte num oponente temível.
Não se sabe a explicação, mas o fato inquestionável foi a transfiguração, outra vez, do medíocre no glorioso, do candidato ao rebaixamento no copeiro. Os homens do criticadíssimo Ronald Koeman, sempre encarando a Copa como uma chance de salvar seu ano, novamente jogaram o futebol que faltou nas outras competições. Diante da perspectiva do título, cresceram. E aí, não houve Getafe-sensação-espanhola capaz de conter o adversário entusiasmado.
Em dez minutos, duas cabeçadas certeiras, dois gols. Mata, Alexis, 2-0 no marcador. Vantagem que não seria mais perdida. Granero, em um pênalti, nos acréscimos da primeira etapa, tentou recolocar os azulones no jogo, mas essa noite não tornaria a ser épica para os de Getafe. No segundo tempo, mesmo melhorando, a pequena equipe das proximidades de Madrid não conseguiu encontrar a igualdade no placar. Recebeu o golpe de misericórdia em mais uma cabeçada, agora de Morientes, no minuto 83: 3-1 e jogo definido.
No início da transmissão radiofônica, o locutor espanhol anunciara as equipes como se o fizesse para dois boxeadores. Fosse aquele fim de jogo uma real disputa de pugilismo, os últimos minutos do Getafe, já com o sonho destruído, equivaleriam aos segundos de um nocauteado sob a contagem do árbitro. Conformado com o segundo vice seguido na competição, o time azul não tinha mais reação. Nas arquibancadas do Calderón, nas ruas de Valencia, na beira do campo, todos os relacionados ao clube ché festejavam. O sétimo título copeiro estava ganho.
Adepto da ironia, o futebol proporcionou outra das suas nessa final de Copa. Depois de quatro anos sem erguer um troféu, o Valencia se consagra campeão na pior temporada que viveu desde seu último título. Um ano medíocre, que ainda pode reservar um improvável rebaixamento, mas cujos problemas pareceram inexistir enquanto a disputa eliminatória durou. Durou até hoje. Durou até o dia em que o Valencia pôde voltar a sorrir.
Hoje, ter mais vitórias que derrotas na temporada era indiferente ao Valencia. O único histórico de resultados interessante aos torcedores apontava: oito jogos, seis vitórias, um empate, uma derrota. Era essa a campanha gloriosa na Copa do Rei. Era só isso que importava numa noite de Copa do Rei. Numa final. E foi o Valencia dessas estatísticas quem entrou em campo na decisão desta quarta-feira, no Vicente Calderón. O Valencia da Copa do Rei, que eliminou Betis, Atlético de Madrid e Barcelona. Esse Valencia. Jamais aquele da Liga, para o qual até o lanterna (e rival citadino) Levante se converte num oponente temível.
Não se sabe a explicação, mas o fato inquestionável foi a transfiguração, outra vez, do medíocre no glorioso, do candidato ao rebaixamento no copeiro. Os homens do criticadíssimo Ronald Koeman, sempre encarando a Copa como uma chance de salvar seu ano, novamente jogaram o futebol que faltou nas outras competições. Diante da perspectiva do título, cresceram. E aí, não houve Getafe-sensação-espanhola capaz de conter o adversário entusiasmado.
Em dez minutos, duas cabeçadas certeiras, dois gols. Mata, Alexis, 2-0 no marcador. Vantagem que não seria mais perdida. Granero, em um pênalti, nos acréscimos da primeira etapa, tentou recolocar os azulones no jogo, mas essa noite não tornaria a ser épica para os de Getafe. No segundo tempo, mesmo melhorando, a pequena equipe das proximidades de Madrid não conseguiu encontrar a igualdade no placar. Recebeu o golpe de misericórdia em mais uma cabeçada, agora de Morientes, no minuto 83: 3-1 e jogo definido.
No início da transmissão radiofônica, o locutor espanhol anunciara as equipes como se o fizesse para dois boxeadores. Fosse aquele fim de jogo uma real disputa de pugilismo, os últimos minutos do Getafe, já com o sonho destruído, equivaleriam aos segundos de um nocauteado sob a contagem do árbitro. Conformado com o segundo vice seguido na competição, o time azul não tinha mais reação. Nas arquibancadas do Calderón, nas ruas de Valencia, na beira do campo, todos os relacionados ao clube ché festejavam. O sétimo título copeiro estava ganho.
Adepto da ironia, o futebol proporcionou outra das suas nessa final de Copa. Depois de quatro anos sem erguer um troféu, o Valencia se consagra campeão na pior temporada que viveu desde seu último título. Um ano medíocre, que ainda pode reservar um improvável rebaixamento, mas cujos problemas pareceram inexistir enquanto a disputa eliminatória durou. Durou até hoje. Durou até o dia em que o Valencia pôde voltar a sorrir.
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