terça-feira, 29 de abril de 2008

Ilusiones rotas

O primeiro tempo, com a dominação pendendo para o lado do United, incluindo aí o gol de Scholes, aos 15 minutos, fazendo 1-0, deu lugar a uma etapa complementar de drama. Sabendo o quão perigoso era sustentar uma vantagem tão estreita, Ferguson deu liberdade para seu time pressionar nos minutos iniciais da etapa complementar.

Recomeçando de forma gigantesca, os de Manchester novamente foram incapazes de mandar o esférico às redes. Seguiram atacando, seguiram melhores e, incompetentes na finalização, seguiram em 1-0. Até os 60 minutos. Então entrou Henry. Não que ele tenha sido o responsável por mudar a cara da partida, mas tal alteração ocorreu a partir daquela hora.

A falta do novo gol por parte do onze inglês levou a uma lenta retração e, esta, por aqueles momentos, ocasionou o crescimento de um Barcelona que ainda ilusionava com Moscou. Aos 63, Deco, voltando a levar perigo como no fim do primeiro tempo, cobrou falta que saiu perigosa sobre o arco de Van der Sar, após desvio na barreira.

Com pouca decisão, começava o domínio azul-grená. Enquanto os minutos ainda pareciam muitos, eram apenas algumas oportunidades incômodas. Depois, passou a ser um jogo de dezenove homens no campo defensivo do United – os onze do quadro local mais os ofensivos do Barcelona. Henry, fazendo jus ao fato de ser um marco na mudança de ares do prélio, passou a monopolizar as chances claras do seu time.

Contra-atacando apenas, o Manchester United abdicou de qualquer resquício ofensivista nas dez voltas finais da cronometragem regulamentar. E a agonia persistiu por mais tempo: substituições e paradas para atendimento médico levaram o duelo até o sexto minuto de acréscimo. Tudo inútil. Fazer gols tem sido um problema para os de Rijkaard, que caminhavam para a quarta jornada consecutiva sem balançar as redes.

O tempo já era nenhum quando a última falta do Barça, ao lado da área, levou até o arqueiro Valdés para o ataque. Das cadeiras, um catalão tapava o rosto, em desespero. Via suas esperanças de salvar a desastrosa temporada desfazendo-se, aos farrapos, nos chutões desferidos pelos de vermelho. E, então, o apito final. Acabava o jogo. Acabava a temporada.

2 comentários:

Anônimo disse...

FICAR ENTRE OS 4 MELHORES DA EUROPA NÃO É DESASTRE!

Maurício Brum disse...

Se pegares apenas a campanha na CL, realmente não é.

Mas a temporada foi um fracasso. Qualquer um que tenha acompanhado a trajetória do Barcelona e agora vai ver as oitocentas mudanças de comando nas próximas semanas percebe a dimensão da crise deles.

Rijkaard já tinha a demissão pedida pelos torcedores quando eu estive lá, e isso vai fazer três meses. Nenhum torcedor se iludia, mas é claro que se viesse o título europeu tudo seria perdoado.

Só que o título não veio. Foi apenas mais uma eliminação do ex-melhor time da Europa, e assim se fecha a segunda temporada cheia sem troféu.