Até aqui, na Libertadores, a naturalidade predominava: os favoritíssimos representantes brasileiros e argentinos passeavam pelo continente, venciam, e quase não eram surpreendidos em suas aspirações de glória.
Quase. Entre os da Argentina, duas chaves foram exemplares para mostrar como a fase de quadrangulares pode se revelar difícil: no Grupo 4, o Boca Juniors dependeu do saldo de gols para garantir a vaga na segunda posição, atrás do Atlas, do México, enquanto do Grupo 8 saiu o único eliminado do futebol de lá – o goleável Arsenal de Sarandí, terceiro colocado, um ponto atrás da LDU equatoriana. Duas chaves com seu respectivo fantasma, dois times a serem batidos.
Ontem, começou a real Copa Libertadores de 2008, com jogos a morir, eliminatórias, caldeirões do diabo. E a assombração voltou. Em casa, o até então invicto Lanús jogou melhor, perdeu chances imperdíveis, mandou durante boa parte da partida e foi derrotado por 0-1, num golaço de letra. Fora, o copeiro Estudiantes de La Plata foi transformado em comum, sendo superado por um 2-0 que deixa sérios problemas de remontada na eliminatória. Os vencedores? Atlas e LDU, respectivamente. Mudaram os ares, permaneceram os algozes.
No caso brasileiro, apenas um time teve complicações na primeira fase: o Santos, segundo colocado num grupo liderado pelo quase-carrasco Cúcuta. As oitavas-de-final resolveram ironizar e proporcionar um novo e perigoso confronto entre as duas equipes. Lembrará um torcedor santista que a dramática classificação de seu time veio exatamente sobre os colombianos, mas o argumento é inválido: daquela vez, os oponentes podiam perder. Para o time da Vila Belmiro avançar às quartas, é bom que os tropicões argentinos de ontem tenham servido de lição.
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