O reino da Frígia foi estabelecido por volta do século VIII antes de Cristo, na região centro-oeste da Anatólia, parte da atual Turquia. Seus períodos de tranqüilidade foram poucos, com a região passando sucessivamente para as mãos de diferentes governos de regiões vizinhas ou grandes impérios (inter)continentais e chegando à devastação quase total no ano 690 a.C., por obra de invasores da Ciméria.
O histórico conturbado, no entanto, não foi capaz de anular a cultura surgida ali: seu idioma permaneceu até a Idade Média – a mitologia foi além, resistindo até os dias atuais. No panteão cultuado pelos frígios, o lugar de destaque era de uma deusa: Cibele. A “deusa mãe”, como registros posteriores a chamariam, representava a natureza, os animais, as montanhas e cavernas, a vida, a morte e a ressurreição. Antes de tudo, ela estava relacionada à fertilidade da Terra.
No século XXI da nossa Era, talvez os únicos que ainda cultuem Cibele (ou Cibeles, em espanhol) como uma responsável pela fertilidade natural sejam os torcedores do Real Madrid – e a fertilidade em questão diz respeito aos títulos do clube.
Esculpida em 1782, a fonte de Cibeles foi transladada para sua localização atual, a Praça homônima, em 1895. Em uma zona convergente da capital espanhola, testemunhou manifestações dos mais variados tipos, com destaque para os festejos dos aficionados merengues. Manda a tradição: temporada com taça entrando no Santiago Bernabéu é temporada encerrada na Plaza de Cibeles.
Uma nova celebração vem sendo aguardada há várias rodadas da Liga Espanhola. Dono de uma vantagem que, embora oscilante, jamais se desfez, o Madrid chegou ao seu momento de menor distância ao título de 2007/08 neste final de semana. Com a derrota do Barcelona ontem (2-0 para o Deportivo), basta que o Villarreal não vença o Betis fora de casa e os blancos triunfem sobre o Athletic Bilbao para o 31º título nacional ser oficializado na matemática.
É pela provável combinação de resultados que os madridistas ilusionam. Ao final deste domingo, à Cibeles! – este é o pensamento. À Cibeles!, como há um ano:
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