
Aí, no início dos 7-0 contra o Valladolid, último grande ato do Madrid, veio a lesão. Desde então, os resultados foram cruéis: três jogos sem Robinho, sem idéias, e três derrotas. Duas pela Liga, o que destruiu toda uma vantagem tida por inalcançável, e uma pela Champions, complicando a situação dos merengues na luta pela Décima coroa continental. Hoje, sem o camisa 10, mais uma vez, o Madrid sofreu. Havia a "maldição de Andaluzia", pelo fato de os blancos terem perdido todos os seus jogos naquela região nesta temporada, havia a desconfiança pairando sobre a equipe, e havia, também, um Recreativo desesperado para fugir da zona de rebaixamento.
No primeiro tempo, os ingredientes já estavam sendo salpicados: os de Huelva, para delírio da torcida, saíram vencendo, com um gol de Cáceres, aos 16. Os da capital deram a resposta dez minutos mais tarde, quando Raúl, em posição irregular - numa mostra de que os erros de arbitragem estão por toda a parte, sempre em favor dos grandes -, deixou as coisas iguais. Não era preciso mais para a explosão de fúria por parte dos torcedores da casa, e a partida se pôs louca.
Enquanto os merengues padeciam com a falta de jogadas de um ataque abastecido por Robben e Drenthe, o Recre chegava com decisão. Na etapa complementar, Casillas brilhou como sempre, salvando as numerosas chances do time local. As decisões equivocadas de uma arbitragem fraca deram o toque necessário para as emoções aflorarem de vez nos jogadores. Dedos em riste, injúrias proferidas de parte a parte, entradas mais duras e uma série de discretos lances desleais provocariam a exibição do cartão vermelho em três ocasiões. Pelo lado de Huelva, saíram Beto (54 minutos) e Álvarez (68); no Madrid, o excluído foi Sergio Ramos (aos 56).
Em meio aos encontrões e carrinhos, no placar, o que ainda luzia era o 1-1 - consolador para ambos, dada a dureza da partida, mas também desastroso, notada a pouca significância de um ponto para aqueles que necessitam todos os três. Para vencer o jogo, entretanto, era preciso lançar mão de armas. Que o Recre não tinha, mas Schuster sim: no terreno de jogo, seria colocado Robinho. "Apenas para recuperar o ritmo", disseram os comentaristas quando viram a alteração anunciada, aos 74 minutos de jogo. Só se fosse um ritmo avassalador! Com meio minuto dentro do gramado, em seu primeiro toque na bola, o brasileiro mandou um chutaço da entrada da área para vencer o arqueiro Sorrentino e remontar a contagem para 1-2. Aos 90, com um magistral toque por cobertura, ele assinalaria o 1-3 que tornou inúteis os esforços do Recre para recuperar aquele desprezado pontinho - o time da casa ainda reduziria a contagem para 2-3 aos 90+3, mas era demasiado tarde.
O longo fevereiro de 29 desastrosos dias finalmente acabou. A vitória do sábado, somada à derrota do Barcelona, reestabeleceu uma diferença de cinco pontos na tabela de classificação. Na noite em que voltou Robinho, voltou também o Real Madrid.
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