Esqueça o futebol-arte. Estamos entrando num mundo de gramados queimados pela geada, enlameados, de jogos disputados sob a chuva e no frio, torcidas hostis e arbitragens tendenciosas. Aqui, não há vez para os bailarinos da bola. Quem manda são os zagueiros maus. Chuteiras com travas de ferro não são apenas lei - se não tiverem as pontas afiadas no vestiário, antes dos jogos, são um mero brinquedinho.
Desde ontem, está em jogo a Segunda Divisão de Profissionais do Campeonato Gaúcho - Segundona, para os íntimos. Nela estão reunidos alguns dos últimos mártires entre os clubes do interior, que insistem em sobreviver em meio ao esquecimento, à falta de mídia e de patrocínio. Aqui, joga-se pela alma, com sinceridade. Não há glamour. Existe a guerra. Existe o sonho permanente de fazer aquele clube e aquela cidade chegarem, um dia, ao Campeonato Gaúcho.
Sim, pois se a Segundona é recheada de glórias, batalhas, voadoras, carrinhos e gols aos 90+19 minutos de jogo, o grande objetivo de todos os que estão nela é um dia atingir a elite. Ah, a elite... os olhos dos torcedores chegam a brilhar quando pensam na possibilidade de o seu estádio, quase a sua casa, receber um dia grandes jogos contra Grêmio e Internacional.
Mas isso é ainda um sonho distante. É preciso superar a mais árdua competição do futebol. Não existem favoritos. Mesmo os times com nomes conhecidos no interior não têm garantia alguma de triunfar. O que vence é o extra-campo. Agarrados aos alambrados, sob chuva, no frio de julho, em meio à neblina, os torcedores lotam os seus estádios. Sabem que, mais do que em qualquer outro torneio, eles fazem a diferença. Não são o décimo-segundo jogador. São o décimo-segundo, décimo-terceiro, décimo-quarto... Desde ontem, esses milhares de jogadores anônimos do interior, os que entram em campo e os que se agarram aos alambrados, estão na sua épica batalha em busca do sonho. Apenas dois clubes o alcançarão.
A Segundona 2008 é disputada por 26 clubes, divididos em dois grupos de 7 e outros dois grupos de 6 equipes:
Chave 1 - Aimoré (São Leopoldo), Brasil (Farroupilha), Cerâmica (Gravataí), Cruzeiro (Porto Alegre), Estrela, Porto Alegre
Chave 2 - 14 de Julho (Santana do Livramento), Bagé, Farroupilha (Pelotas), Flamengo (Alegrete), Pelotas, Rio Grande, São Paulo (Rio Grande)
Chave 3 - Avenida (Santa Cruz do Sul), Cachoeira (Cachoeira do Sul), Guarani (Venâncio Aires), Milan (Júlio de Castilhos), Riograndense (Santa Maria), São Gabriel, São José (Cachoeira do Sul)
Chave 4 - Cruz Alta, Glória (Vacaria), Panambi, Passo Fundo, TAC (Três Passos), Ypiranga (Erechim)
Os quatro primeiros colocados de cada chave passam de fase, formando dois octogonais na etapa seguinte. Novamente, esses dois grupos selecionarão as quatro melhores equipes de cada, formando o octogonal final - nele, os dois primeiros serão ascendidos.
É importante ressaltar a ausência do Santo Ângelo e do Ipiranga de Sarandi na lista de participantes. Os dois clubes chegaram a disputar o octogonal decisivo da Segundona 2007 e, numa mostra das dificuldades de se manter um clube de futebol ativo entre os interioranos, não tiveram condi;cões de iniciar esta temporada. Outra ausência de peso é o Gaúcho de Passo Fundo, rebaixado da primeira divisão no ano passado - este, porém, vive no limbo desde que perdeu seu estádio na justiça. Das equipes que entram na competição, a maioria delas ainda não tem uma idéia de elenco formada: muitas receberão reforços de clubes do Gauchão quando estes encerrarem suas atividades. Preliminarmente, o maior favorito é aquele de sempre: o Pelotas, com força política e técnica, que vem deixando o acesso escapar por detalhes há alguns anos.
No jogo de sábado, que abriu a competição, o Flamengo de Alegrete ficou no empate por 1-1, em casa, diante do São Paulo de Rio Grande.
Desde ontem, está em jogo a Segunda Divisão de Profissionais do Campeonato Gaúcho - Segundona, para os íntimos. Nela estão reunidos alguns dos últimos mártires entre os clubes do interior, que insistem em sobreviver em meio ao esquecimento, à falta de mídia e de patrocínio. Aqui, joga-se pela alma, com sinceridade. Não há glamour. Existe a guerra. Existe o sonho permanente de fazer aquele clube e aquela cidade chegarem, um dia, ao Campeonato Gaúcho.
Sim, pois se a Segundona é recheada de glórias, batalhas, voadoras, carrinhos e gols aos 90+19 minutos de jogo, o grande objetivo de todos os que estão nela é um dia atingir a elite. Ah, a elite... os olhos dos torcedores chegam a brilhar quando pensam na possibilidade de o seu estádio, quase a sua casa, receber um dia grandes jogos contra Grêmio e Internacional.
Mas isso é ainda um sonho distante. É preciso superar a mais árdua competição do futebol. Não existem favoritos. Mesmo os times com nomes conhecidos no interior não têm garantia alguma de triunfar. O que vence é o extra-campo. Agarrados aos alambrados, sob chuva, no frio de julho, em meio à neblina, os torcedores lotam os seus estádios. Sabem que, mais do que em qualquer outro torneio, eles fazem a diferença. Não são o décimo-segundo jogador. São o décimo-segundo, décimo-terceiro, décimo-quarto... Desde ontem, esses milhares de jogadores anônimos do interior, os que entram em campo e os que se agarram aos alambrados, estão na sua épica batalha em busca do sonho. Apenas dois clubes o alcançarão.
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A Segundona 2008 é disputada por 26 clubes, divididos em dois grupos de 7 e outros dois grupos de 6 equipes:
Chave 1 - Aimoré (São Leopoldo), Brasil (Farroupilha), Cerâmica (Gravataí), Cruzeiro (Porto Alegre), Estrela, Porto Alegre
Chave 2 - 14 de Julho (Santana do Livramento), Bagé, Farroupilha (Pelotas), Flamengo (Alegrete), Pelotas, Rio Grande, São Paulo (Rio Grande)
Chave 3 - Avenida (Santa Cruz do Sul), Cachoeira (Cachoeira do Sul), Guarani (Venâncio Aires), Milan (Júlio de Castilhos), Riograndense (Santa Maria), São Gabriel, São José (Cachoeira do Sul)
Chave 4 - Cruz Alta, Glória (Vacaria), Panambi, Passo Fundo, TAC (Três Passos), Ypiranga (Erechim)
Os quatro primeiros colocados de cada chave passam de fase, formando dois octogonais na etapa seguinte. Novamente, esses dois grupos selecionarão as quatro melhores equipes de cada, formando o octogonal final - nele, os dois primeiros serão ascendidos.
É importante ressaltar a ausência do Santo Ângelo e do Ipiranga de Sarandi na lista de participantes. Os dois clubes chegaram a disputar o octogonal decisivo da Segundona 2007 e, numa mostra das dificuldades de se manter um clube de futebol ativo entre os interioranos, não tiveram condi;cões de iniciar esta temporada. Outra ausência de peso é o Gaúcho de Passo Fundo, rebaixado da primeira divisão no ano passado - este, porém, vive no limbo desde que perdeu seu estádio na justiça. Das equipes que entram na competição, a maioria delas ainda não tem uma idéia de elenco formada: muitas receberão reforços de clubes do Gauchão quando estes encerrarem suas atividades. Preliminarmente, o maior favorito é aquele de sempre: o Pelotas, com força política e técnica, que vem deixando o acesso escapar por detalhes há alguns anos.
No jogo de sábado, que abriu a competição, o Flamengo de Alegrete ficou no empate por 1-1, em casa, diante do São Paulo de Rio Grande.
Um comentário:
* Apenas um acréscimo à legenda da foto: o Inter-SM obteve o acesso na temporada passada como vice-campeão, subindo com o Sapucaiense.
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