O Real Madrid jogou pouco. Levou 0-1 num erro de marcação, encontrou o empate graças a um gol de joelho e acabou chegando à virada através de um pênalti surgido num momento em que era inferior em campo. A partida contra o Espanyol, no sábado, nada teve de redentora aos comandados de Bernd Schuster. Pelo contrário: o time ainda parecia levemente tonto pela eliminação na Champions League.
Os passes eram errados em profusão. Faltavam jogadas de infiltração e raras (ou inexistentes?) eram as vezes em que os merengues conseguiam chegar à meta do bom goleiro Kameni em condições de balançar as redes. Não sofriam muito, é verdade, tinham um jogo de igualdade nas mãos. Mas tampouco conseguiam algo de mais brilho. As coisas poderiam ter tomado entornos sérios e a crise baixado definitivamente em Chamartín se o gol de Valdo, para os catalães, aos 29 minutos, não fosse respondido ainda no primeiro tempo, com Higuaín, quando faltavam três voltas no ponteiro para o apito de intervalo. O argentino acertou um joelhaço na bola cruzada por Marcelo e, provavelmente por isso, acabou complicando a vida do arqueiro, que passou da linha junto com a bola enquanto tentava espalmá-la de alguma forma.
Schuster também esteve mal. Com seu trabalho contestado após o episódio da Roma e especulações de sucessores pipocando na imprensa, o treinador madridista fez substituições equivocadas. No intervalo, tirou um apagado mas voluntarioso Robinho para colocar um Drenthe que nada fez em campo. Na linha central, contudo, ainda ficavam Diarra e Guti, dois desastrosos na partida de ontem. Depois, encarou o banco de reservas e viu em Soldado a esperança de gols. Soldado dos roscaços, chutes na lua e passes errados, obviamente foi um fracasso. A única alteração que representou algum avanço no Madrid foi a entrada de Sneijder, mas quem realmente decidiu o duelo foi o ídolo de todas as horas, que já estava em campo: a dezoito minutos do fim da partida, quando o Real Madrid mendigava chances ofensivas, Raúl adentrou na área oponente e foi derrubado. Pênalti que ele próprio bateu para virar a contagem em 2-1, convertendo seu gol número 200 na história da liga espanhola.
Longe de dar um espetáculo memorável, o Madrid venceu. Jogou pouco, não estava com a cabeça naquele confronto, mas cumpriu sua necessidade. Se a temporada já sofreu um golpe duro com a perda da Champions, não erguer o troféu ligueiro que praticamente está em suas mãos pode ser a consagração do fracasso.
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O Atlético de Madrid, no outro jogo do dia, apenas confirmou que sua vitória sobre o Barcelona não passava de um bom resultado isolado em meio a dias difíceis. Contra o Zaragoza, fora de casa, o quadro colchonero teve azar, foi prejudicado pela arbitragem, e acabou repetindo um filme comum dos últimos tempos: saiu sem vitória. De virada, caiu por 2-1. Considerando todas as competições, o Atleti venceu apenas três jogos nos últimos doze disputados. E assim o sonho de ir à Champions em 2008/09 vai se desmanchando...
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