sábado, 29 de março de 2008

Especial: Major League Soccer

A Major League Soccer, liga de futebol de campo americana, nunca foi unanimidade nacional lá. Os americanos, aficionados por outras modalidades esportivas, como o Futebol Americano e o Basquete, não se motivavam a acompanhá-la, mas com as recentes campanhas da boa Seleção Americana na Copa de 2002, chegando às quartas-de-final, algo que não acontecia desde 1930, e investimentos pesados em marketing, isso começou a mudar.

A MLS é uma liga recente, criada em 1996. Contava no seu principio com 10 times, 5 da conferencia leste: Columbus Crew, DC United, New England Revolution NY Metro Stars e Tampa Bay Munity, e mais 5 da oeste: Colorado Rapids, FC Dallas, Kansas City Wizards, San Jose Clash e o mais famoso entre todos, o Los Angeles Galaxy. Com o tempo, mais times, como o Real Salt Lake e o Chivas USA co-irmão do Chivas mexicano. Com isso, o Kansas foi transferido de conferência. Outros clubes foram incorporados, por exemplo o Chicago Fire, enquanto times como o Tampa Bay Munity foram extintos.
Muitos dos times da MLS mudaram de nome uma ou mais vezes, como o San Jose e o NY Metro Stars. O FC Dallas, que anteriormente chamava-se Dallas Burn, alterou para adotar um nome mais ‘europeu’. O Metro Stars, de Nova Iorque, foi comprado pela multinacional de bebidas Red Bull, e assim mudou o nome do time a mando do dono. Já o San Jose possui uma história peculiar, primeiramente mudaram o nome para San Jose Earthquakes, mas na temporada 2005, o clube se mudou para Houston, trocando mais uma vez o nome da equipe para Houston Dynamo, este, atual campeão da MLS.

A temporada deste ano se inicia hoje com o confronto Columbus Crew x Toronto FC, este um time Canadense incorporado à MLS. Há previsão de, na próxima temporada, serem incorporados mais dois times, totalizando 16. Os novos clubes se fixariam em Seattle e na Philadelphia.

Muitos times de outros países vêem na MLS uma chance de fazer marketing. O pioneiro foi o Chivas Guadalajara, criando a filial americana Chivas USA. Outro time que pretende entrar na MLS é o Boca Juniors da Argentina, com a filial americana chamando-se Boca U.S.. É uma ótima idéia, pois com a projeção crescente da liga e a grande quantidade de dinheiro envolvida, poderão ter lucros exorbitantes.

Mas se a liga americana deve o sucesso atual a alguém, é ao Los Angeles Galaxy. Este utilizou a “Designated Player Law” vigente no país desde 2006, que permite contratar um jogador acima do teto salarial e trouxe não só um jogador, mas um pop-star, David Beckham. Isso de certa forma colocou a MLS na mídia e comprovou o poderio econômico da liga, já que Beckham ganha nada menos que 250 milhões de dólares nos 5 anos de contrato com o time de LA.

A transferência abriu as portas para outros times contratarem jogadores de prestígio, como Blanco, Gallardo e Denílson, assim aumentando ou visando aumentar ao menos o interesse do público não só americano, mas mundial, pela MLS. Há também boatos que o LA estaria negociando com o craque francês e ex-melhor do mundo da Fifa, Zinedine Zidane. Seria uma extraordinária contratação para o Galaxy e também marketing puro, mas Zizou desmentiu qualquer acerto com o time da Califórnia.

Na primeira Superliga, algo semelhante à Libertadores da América, que envolveu times do México e dos EUA, quem venceu foi o mexicano Pachuca. Ainda assim, o LA Galaxy chegou àfinal com méritos.

No campeonato há grande equilíbrio entre as duas conferências, pois ambas possuem 6 títulos cada, sendo o DC United o maior vencedor com 4 conquistas. Logo abaixo vem o LA Galaxy com 2. Se levarmos em conta que o time é o mesmo, o San Jose tem 4 títulos também, mas como há previsão de retorno da franquia, os títulos foram divididos em 2 para o San José e 2 para o Houston. O grande sucesso da liga se deve a uma fórmula de campeonato deveras interessante, os playoffs, no qual dois times de cada conferência se enfrentam após os pontos corridos, em um jogo único, num estádio neutro.

A média de público é algo que chama a atenção. De todas as temporadas reunidas, obtém-se uma média de 37.248 pessoas por jogo decisivo e média por jogo normal de 10.000 a 20.000 pessoas. Nada mal para uma liga em ascensão. Grande parte dos jogos é disputada em estádios próprios para o jogo de Futebol Americano, apenas colocam-se as goleiras removíveis. Há poucos estádios exclusivos para a prática do futebol.

Representação genérica de um estádio americano

Se os americanos mantiverem o ritmo seguramente poderão se tornar uma potência futebolística forte, e quem sabe um dia conseguir reunir tantos espectadores numa final da Major League Soccer quanto num Superbowl.

2 comentários:

San Tell d'Euskadi disse...

É Soldier Field (61.500 lugares) do Chicago Bears (NFL). A exemplo do "José Pinheiro Borba", é um estádio à beira-lago.

O Chicago Fire (MLS) possui estádio próprio: o Toyota Park, para 20.000 pessoas.

Um abraço.

San Tell d'Euskadi disse...

Uma correção, são poucos os clubes com estádios emprestados. A maioria - sete das 13 equipes - tem estádio próprio para o futebol: Fire, Chivas, Galaxy, Dallas, Rapids, Crew e Toronto. Além disso, o United joga no antigo RFK, mas é a única equipe profissional a fazê-lo. Portanto, apesar de originalmente ser para futebol americano, hoje, é exclusivo de "soccer". E o Red Bulls vai sair em breve do Giants Stadium (NFL), para um estádio de futebol.

Do restante, o Wizards joga em um estádio novo, mas é construído para beisebol; e as outras três (Quakes, Real e Dynamo), jogam em estádios universitários.