sexta-feira, 2 de novembro de 2007

O último suspiro

Com um uniforme preto, talvez em sinal de luto a si próprio, na véspera do dia de finados, o Juventude agonizante fez um crime no Palestra Itália. Triunfou, com raça e determinação, para dar o último suspiro antes de ter sua morte - a queda à Série B - declarada.

Mais de 16 mil pessoas foram ao estádio certas de que veriam seu Palmeiras vencer para fincar-se com tranqüilidade na zona da Libertadores. Acabaram assistindo a uma mostra de amor à camisa por guerreiros que, desprezando a exatidão matemática, ousam sonhar com causas perdidas.

Perdidas? O 1% de chance que o Juventude tem de se manter na primeira divisão bastou na noite de ontem. A chuva forte que caía em São Paulo só pintaria uma figura ainda mais épica para a vitória que começou a ser desenhada no gol de Régis, aos 26 minutos. O 0-1, obviamente, não seria tão fácil. Um gol inesperado marcado ainda no primeiro terço de jogo resultaria num confronto de ataque contra defesa e o Palmeiras, melhor, teria tudo para triunfar.

E, enquanto o time paulista tratava de massacrar o retrancado time gaúcho, acertando até bola na trave, as coisas pioravam para os visitantes. Com 65 minutos de enfrentamento, o juventudista William foi expulso. Ainda teria mais. Restando longos dez minutos para o fim do tempo regulamentar, Alex Alves contundiu-se para não mais voltar a campo. Sem mais substituições por fazer, o time de Caxias do Sul ficou com nove em campo.

Resistiu com valentia. Glorioso, defendeu-se com chutões e cabeçadas para todos os lados. Nem os quase sete minutos de acréscimo dados pelo apitador foram capazes de impedir o incrível triunfo do Juventude. Triunfo que pouco adiantou: o time segue penúltimo colocado e não deve deixar de cair. No entanto, cairá em pé.

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