Não vá ao estádio.

Fim dos tempos? Pode até ser, mas é o que pede a direção do Peñarol para sua torcida: que não compareça ao Estádio Luis Tróccoli na partida diante do Cerro, na rodada do fim de semana.

O impasse começou no início da semana. Autoridades pediam até mesmo que o Cerro não liberasse espaços para os torcedores do Peñarol em seu estádio, já que graves ameaças partiam da torcida azul-celeste para os aurinegros. O motivo seria o assassinato de um aficcionado do Cerro nas dependências do Centenário, em 2005, morto por marginais que vestiam a camiseta do Peñarol.

A parte ''estranha'' da novela é a atitude da direção do Cerro, clube que voltou a elite uruguaia neste ano. Os dirigentes se negaram a não vender entradas para os visitantes, mesmo que a medida tirasse a responsabilidade de pagar por um forte esquema de segurança, a fim de evitar os confrontos. O estádio inteiro azul também garantiria uma renda maior para um dos clubes mais populares do Uruguai.

Coube então aos dirigentes do Peñarol incentivaram seus torcedores a assistirem o jogo pela televisão. Uma medida que pode significar o caos para muitos, mas que ao menos, é a mais sensata no momento. Perguntados por jornalistas uruguaios se estariam no estádio, dirigentes do penta-campeão da Copa Libertadores responderam: ''se somos contrários a ida de torcedores, não nos parece lógico estarmos presentes no estádio''.

Dentro das quatro linhas, o jogo pode ser considerado um dos mais importantes do campeonato até aqui. Uma vitória do Peñarol, que tem 14 pontos mas dois jogos a menos que o líder Rampla Juniors (22 pontos), reanima o campeonato e convida os aurinegros a ilusionar a conquista do Apertura. O sábado receberá uma partida confusa em que Gustavo Matosas e seus 11 jogadores estarão quase sozinhos no histórico Luis Tróccoli.